O Ceará está com 15,5% da capacidade total de armazenamento de água nos reservatórios. Isso representa um aumento de 4,8 pontos percentuais em relação ao nível registrado no mesmo período do ano passado, quando, exatamente dois meses após o fim da quadra chuvosa, o Estado contava com somente 10,7% da capacidade do sistema. Mesmo assim, a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) ressalta que permanece a lógica de contenção d’água.
A transposição do Rio São Francisco, que era prometida pelo Governo Federal para este mês, foi novamente adiada. “A previsão é de que as águas do ‘Velho Chico’ corram por todos os 260 quilômetros de canais do Eixo Norte até o final deste ano”, informou, em nota, o Ministério da Integração Nacional.
Enquanto isso, o Ceará se vira com o pouco aporte que consegue de chuvas. “A gente não teve, de 2012 (início da seca) pra cá, aportes que pudessem recuperar o volume dos reservatórios”, afirmou o diretor de Operações da Cogerh, Bruno Rebouças.
Ele ressaltou que, este ano, o Estado pode até ter saído da quadra chuvosa melhor do que saiu em 2017, mas isso foi pouco significativo.
Principalmente porque os aportes, segundo o gestor, foram basicamente apenas na região Norte. “Na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), as chuvas não foram tão boas como no ano passado”, comparou Bruno Rebouças.
O Castanhão, principal reservatório do Estado, recebeu aproximadamente 480 milhões de metros cúbicos de água este ano, conforme o Portal Hidrológico do Ceará. Em comparação com o Orós, o segundo mais estratégico, o Castanhão foi o açude que se recuperou melhor com as chuvas da última quadra, saindo de 4,90% da capacidade no dia 1º de agosto de 2017 para 7,36% ontem.
“É um reservatório que já vinha sofrendo rebaixamento desde 2012. Não recuperou volume pra trazer tranquilidade pra população”, ponderou Bruno.
Já o Orós, que desde o ano passado parou de ser utilizado para dar suporte ao abastecimento da RMF, saiu de 9,46% para 8,61%.
Para ter fontes alternativas de água, Bruno assegurou que estratégias como contingência, reúso e escavação de poços em região de dunas devem continuar a ser prioridades do Governo do Estado.
Mesmo a transposição do São Francisco sendo concluída este ano, Bruno acredita que deve demorar até as águas alcançarem reservatórios importantes como o Castanhão. Mesmo assim, ele reflete, “é uma das grandes esperanças para o ano que vem”.
Chuvas
No último mês de junho, a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) divulgou o balanço da quadra chuvosa de 2018. As precipitações ocorreram em torno da média e se concentraram nas regiões do Litoral e Coreaú.
Comparativo dos açudes
1º de agosto de 2017
O sistema de reservatórios estaduais estava com 10,7% da capacidade total
> Castanhão: 4,90%
> Orós: 9,46%
1º de agosto de 2018
O sistema de reservatórios estaduais estava com 15,5% da capacidade total
> Castanhão: 7,36%
> Orós: 8,61%