Impacto social, desenvolvimento sustentável e desigualdade: esses e outros temas serão debatidos pela cearense Mariana Saraiva, de 22 anos, na 22ª Youth Assembly, a assembleia da Organização das Nações Unidas (ONU). A jovem foi selecionada para representar o Brasil no encontro de jovens que se destacam pela liderança nas comunidades onde vivem.
O evento será realizado em Nova Iorque, na sede da instituição, entre 9 e 12 de agosto deste ano. Para participar, a jovem estudante de arquitetura precisa de apoio financeiro.
A Youth Assembly é a maior conferência jovem sobre os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Ela foi criada para mostrar os problemas mundiais de desenvolvimento e discutir ideias e soluções que integrem os jovens. Os selecionados também vão participar de cursos em universidades americanas, workshops sobre desenvolvimento e implementação de projetos de impacto.
O interesse por questões sociais vem desde a infância, quando visitou comunidades carentes da cidade com a mãe. A partir daí, nasceu a vontade de ver um mundo melhor. Mas foi ao entrar na faculdade de Arquitetura e Urbanismo que a mente se abriu para outras possibilidades.
“Quando entrei na faculdade, percebi que as questões que me incomodam (miséria, degradação ambiental e desigualdade social) estão todas interligadas e ouvi pela primeira vez sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU”, conta Mariana.
Mariana já colaborou com vários projetos como Jovem Voluntário, cuidando de crianças doentes; e como professora do Jovens Líderes, com foco no empoderamento de estudantes do ensino médio de escolas públicas. Ela também atuou no FortalezaSoup, na ONG TETO e n’A Paz no Palco, que foi o selecionado para ser apresentado na Clinton Global Inciative, em Chicago.
Para participar como delegada na assembleia para jovens da ONU em agosto, ela precisa de apoio financeiro, pois o programa não possui bolsas. Ao todo, entre valores de cursos, hospedagem, alimentação e passagens, a despesa chega a R$ 18 mil reais.
“A embaixadora brasileira da Youth Assembly até criou um programa de bolsa, mas como é voltado para as pessoas em condições de vulnerabilidade econômica, não pude concorrer, pois sou considerada de classe média. Entretanto, não tenho condições de arcar com os custos de $ 3.900,00 dólares (aproximadamente R$ 14.600,00, apenas dos cursos). Minha mãe é servidora pública e, com muita dedicação, paga meus estudos”, explica a jovem.
Questões sociais
A jovem cearense se dedica desde pequena a temas voltados para a questão social. Não por acaso, sonha em dedicar-se mais à ajuda ao próximo.
“Meu grande objetivo é trabalhar com impacto social e me identifico muito com as carreiras dentro da ONU. Participar desse evento irá aportar conhecimentos e contatos que poderão abrir portas para futuros projetos e para o escalamento dos que já estão em andamento. A troca de experiências e a formação de parcerias com uma comunidade de jovens que estão envolvidos no mesmo movimento de transformação e impacto sustentável representa muito para mim”, disse.
Sobre o desafio de tentar melhorar a realidade diante de tanta desigualdade? Mariana é enfática ao afirmar que a tarefa precisa ser coletiva e passa pelos valores da sociedade.
“O maior desafio está na educação de valores. Muito se fala sobre a questão da educação, mas diploma não garante mudança de atitude. Precisamos trabalhar os valores de respeito, igualdade de direitos, cultura de paz e empatia dentro da própria sociedade, porque a desigualdade não vai acabar por conta de alguma ação política, mas de uma mudança na forma de pensar (e agir) das pessoas”, destaca.
Pensar o futuro é agir agora. E assim, jovens como Mariana mostram como é possível pensar a sociedade, o meio ambiente e os desafios para as próximas gerações, formando uma consciência coletiva e pensando o desenvolvimento sustentável.
Os interessados em contribuir com a missão da Mariana, em Nova Iorque, podem entrar em contato com ela pelo número 85-99735-6510 ou através do e-mail [email protected].
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