Apesar de ainda ter participação incipiente na cadeia energética nacional, a geração fotovoltaica tem ganhado cada vez mais espaço ao longo dos últimos anos, principalmente por ser uma forma de energia limpa e sustentável. Neste cenário, o Ceará desponta como o maior destaque na geração de energia solar do Brasil, posto que responde sozinho por 67,24% do total da potência outorgada no País. A informação consta no estudo Logística de Energia 2015 – Redes e Fluxos do Território, divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo a pesquisa, que compila dados consolidados de 2014, chama a atenção a quantidade de empreendimentos instalados no Ceará com a capacidade de produzir energia elétrica a partir da luz do sol. O Estado possui, por exemplo, o maior projeto de geração distribuída industrial de energia solar do País, que é a usina do Grupo Telles. Localizada na geografia do município de Pindoretama, entre Aquiraz e Cascavel, o parque de geração solar terá futuramente 9.223 painéis fotovoltaicos, dos quais mais de mil já foram instalados.
Eólica
Também em constante crescimento, a geração eólica do Brasil avançou aproximadamente 460%, de 2010 para 2014, atingindo 12.210 Gwh, ou seja, 2,1% do total gerado no Brasil, informou o IBGE. Conforme o levantamento, apesar da pequena participação na matriz nacional, as eólicas continuam recebendo bons investimentos e tendem a registrar uma fatia maior da matriz nos próximos anos.
O Ceará, aliás, é o segundo estado mais importante na geração eólica do País, com participação de 23,38%, atrás apenas do Rio Grande do Norte (31,32%). O IBGE destaca, inclusive, que apenas quatro estados concentram 90,99% de toda a geração eólica brasileira. Fora Ceará e Rio Grande do Norte, o ranking é completado por Rio Grande do Sul (19,43%) e Bahia (16,86%).
Poços de petróleo
Ainda de acordo com a pesquisa, o Ceará concentra uma maior distribuição dos poços produtores de petróleo e gás natural em mar (4,99%), contudo, em terra, esse número decresce para 3,92%. Em relação a capacidade de refino, o Estado produz um total de 8.176,77 barris/dia.
Em fevereiro, a ANP revelou que a exploração terrestre de petróleo em território cearense, que sempre foi muito maior do que a marítima, apresentou recuo considerável ao longo da última década. Atualmente, por exemplo, o Estado conta com 261 poços produtores na área terrestre, um número 31,6% inferior ao registrado em 2005.
No que diz respeito à produção de gás natural, o Estado registrou, em 2014, 32,75 milhões de barris, representando 0,10% do rendimento nacional. Já a capacidade de produção de etanol apresenta uma média de 233 m³/dia, pouco menos do que o biodiesel (301,71 m³/dia).
Produção concentrada
Superar as desigualdades e atender à demanda energética em um país continental como o Brasil são os principais desafios a serem superados no sistema de distribuição, conclui o estudo Logística de Energia 2015 – Redes e Fluxos do Território.
O documento sinaliza concentração excessiva da produção, distribuição e logística energética nas regiões Sudeste, Sul e parte do Centro-Oeste do País. No Sudeste, por exemplo, o Rio de Janeiro responde por quase 70% de toda a produção de petróleo (68,4%) e por 34,8% da produção de gás natural; o Espírito Santo, por sua vez, é responsável por 16,3% da produção de petróleo e São Paulo, (7,2%).
Da produção de gás nacional, 62,8% se concentra em três estados: Rio de Janeiro (34,8%), Espírito Santo (14,9%) e São Paulo (13,1%). Das 17 refinarias do Parque Nacional de Refino, cinco ficam no Sudeste: São Paulo (5) e Rio de Janeiro (2). O Rio Grande do Sul tem duas.
A concentração indica que 39% da capacidade de refino no Brasil estão no interior de São Paulo, 10,9% no Rio de Janeiro e 9,3% no Rio Grande do Sul. Assim, as regiões Sul e Sudeste reúnem 59,2% da capacidade de refino no Brasil. Ao todo, 92,5% do volume de produção do petróleo ocorre em ambiente marinho e apenas 7,5% no continente, informou o IBGE.
Nordeste Notícia
Fonte: Diário do Nordeste