“Considero que, exatamente, o estado do Ceará realmente é prioritário dentro dessa situação [de atuação das facções em vários estados do país]. Houve um pedido formal por parte do governo para investigação. E, a partir de toda uma análise de conjuntura, vimos as medidas que são necessárias para combater o crime organizado em todos os segmentos”, afirmou Mota.
Questionado sobre a importância do Ceará como um estado estratégico na atuação do crime organizado no país, Alexandre Mota reconhece que o estado “é um centro de convergência”. “Alguns fatos vêm acontecendo sob a presença do crime organizado e por si só isso já fala a importância [do estado]”, disse.
O secretário da Segurança do Ceará, André Costa, negou que o deslocamento da força-tarefa para o Ceará esteja relacionado a “fatos isolados” envolvendo criminosos, como a chacina no Forró do Gago, quando membros de uma facção criminosa invadiram uma festa e atiraram contra várias pessoas, matando 14; ou no assassinato de Gegê do Mangue, um dos chefes do PCC.
Segundo Costa, o reforço da tropa nacional havia sido solicitado em dezembro de 2017, devido ao “contexto” de casos violentos no estado, e não por pontos isolados que tiveram repercussão nacional. “O pedido [da força-tarefa para atuar contra o crime no Ceará] foi solicitado ainda em dezembro, antes desses casos isolados”, diz.
“Essa análise considera alguns fatos já citados aqui que aconteceram envolvendo o crime organizado e por si só isso já fala”, disse. Entre os casos citados por jornalistas durante a entrevista o assassinato de Gegê do Mangue, e a chacina no Forró do Gago.
Trabalho da força-tarde no Ceará
Os membros que estiveram presentes na coletiva de imprensa não detalharam quantas pessoas vão atuar no combate ao crime organizado e nem como será o trabalho da equipe. “Essas informações não podem ser divulgadas por enquanto porque qualquer informação será usada pelos criminosos. Nós vamos informar à sociedade cearense em momento oportuno, quando for divulgar resultados e não estratégia.”
André Costa, no entanto, reconheceu que o número de agentes na força de segurança não é o suficiente. “Há falta [de servidores atuando na segurança] em âmbito estadual, federal, em todos os estados. A gente nunca trabalha com o número ideal”, disse.
A força-tarefa chegou ao Ceará um dia após a divulgação da morte de Gegê do Mangue.