Características

Com o objetivo de levar água para o Interior do Estado, por meio de Estações de Tratamentos de Água (ETAs), a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) construirá novos equipamentos de distribuição de água em regiões mais resilientes às secas. Inicialmente, o projeto aponta a introdução de novas distribuidoras em 34 açudes. Segundo o presidente da Cagece, Neuri Freitas, o custo do investimento é de R$5,5 bilhões. As informações foram divulgadas em coletiva na manhã de ontem, no Palácio da Abolição.

“Isso demanda recurso e obras. Não é algo para curto prazo. Nós estamos verticalizando a discussão para fazer uma lista de prioridades e tomar iniciativas que serão iniciadas junto com o Banco Mundial. Já tivemos aprovação do Governo Federal. Agora é prosseguir com os papéis necessários e contratos”, declarou Neuri Freitas.

O projeto “Malha d’Água” vai ter uma extensão de 4.306 km de linhas adutoras principais, 305 estações de bombeamento e deve atender a 6,2 milhões de pessoas em 179 municípios. É estimado que haja uma vazão de água em 16,5 m³/s. “A partir dessas estações, vamos distribuir a água tratada dentro do padrão de potabilidade para consumo aos municípios. Nesse encaminhamento, serão atendidas todas as localidades que são abastecidas por carros-pipas ou pequenas localidades que contam com o Programa São José e Água Para Todos”, diz Freitas.

Atualmente, a distribuição, em grande parte, ocorre por meio da transferência de água bruta de um açude para outro. Um exemplo é a transferência do açude Orós para o Castanhão e, em seguida, para Fortaleza. Segundo o presidente da Cagece, isso ainda deve continuar. “O Açude Banabuiú é um reservatório mais resistente à seca, pelo porte dele, então a gente teria a construção de uma grande estação de tratamento que desse para atender toda aquela região central. Quando fizermos essas ETAs, não teremos mais o encaminhamento de carros-pipas para pequenas comunidades abastecidas por mananciais que secam com facilidade. Teremos uma grande estação que levará água tratada por tubos”.

Estudo

Ainda segundo Neuri Freitas, o novo sistema de abastecimento de água foi pensado desde 2016. “Tivemos de fazer todo um estudo. A Secretaria de Recursos Hídricos (SRH) também participou. Alinhamos informações com as rotas dos carros-pipas, sistema de abastecimento do Programa Água para Todos e do programa São José, além de pensar qual a melhor modelagem”.

Apesar de analisar o prognóstico das chuvas como positivo, o presidente da Cagece aponta que não existe segurança hídrica. “Não há como determinar que as precipitações caiam nas bacias. O prognóstico é bem mais favorável do que o do ano anterior. É preciso que as chuvas caiam nos locais adequados. Se chover na Serra de Baturité, temos um aporte bom para Região Metropolitana. Se chover no Jaguaribe, teremos um bom aporte para o Castanhão. Vai depender da intensidade e volume em cada região”.

Manutenção

Quanto à permanência da tarifa de contingência em 2018, Freitas conta que só é possível afirmar se a taxa continua ou não depois da quadra chuvosa. “Se tivermos recarga razoável, será analisado. Se não, devemos manter”. Os dados da Cagece apontam que o cearense está conseguindo realizar economia próximo dos 10,9m³. “Baixar mais do que isso pode comprometer o dia a dia das pessoas. O governador não aceita racionamento, é o que estamos fazendo”.

Esperamos que a chuva chegue aos reservatórios

João Lúcio Farias. Presidente da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh)

Qual a expectativa em relação à quadra chuvosa e ao aporte d’água nos açudes?

A expectativa é de uma quadra acima da média. Importante para que a gente possa recompor nossos reservatórios. Vamos aguardar que a chuva se transforme em vazão e que possa chegar aos diversos reservatórios. Continuaremos com todas as ações já praticadas em 2017, com planejamento e controle dos recursos hídricos das 12 bacias e dos açudes. Observaremos o comportamento do aporte com essa quadra chuvosa.

Que medida será adotada para gerenciar os recursos hídricos?

Vamos continuar com todas as ações de controle de consumo de água e com os programas que estamos desenvolvendo no Estado, como o aproveitamento de águas subterrâneas, transferência de águas entre as bacias hidrográficas e o projeto “malha d’água”. A ideia é distribuir de forma melhor a água.

Haverá penalidade para quem consumir água em excesso?

Não está previsto. Vamos trabalhar muito o setor de comunicação. A ideia é divulgar, por meio da imprensa, o consumo correto e racional da água.

Nordeste Notícia
Fonte: Diário do Nordeste

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