Quixadá. Comprar sem precisar sair do carro. Esse tipo de serviço, normalmente utilizando por cadeias de fast food, popularizado por todo o País, acaba de ser implantado em Quixadá. Não seria nenhuma novidade no maior centro comercial do Centro do Estado não fosse um detalhe: o drive thru funciona para a venda exclusiva de feijão. O espaço funciona em uma das vias mais movimentadas desta cidade com aproximadamente 90 mil habitantes.
O ponto de comercialização, no varejo e no atacado, funciona desde o fim da década de 1990 em uma calçada com pouco mais de um metro de largura e 30 metros de extensão. Conforme Almir Martins de Freitas, 58, um dos primeiros a utilizarem o local, no começo havia apenas dois comerciantes. Um deles era Manoel Xavier Alves, 73. Hoje, de oito a dez vendedores utilizam o espaço, agora coberto e com o serviço importado dos Estados Unidos, “mas o feijão é genuinamente nosso”, comenta satisfeito.
Sobre o serviço, a prefeitura de Quixadá explicou ter sido implantado para organizar o tráfego de veículos naquele trecho da Rua José de Queiroz Pessoa, onde funcionam vários armazéns atacadistas. Agora, ao invés de funcionar como estacionamento particular, o trecho de tráfego é liberado, apenas para a compra rápida. A coberta foi instalada para proteger, parcialmente, os vendedores do sol e da chuva. O custo da obra foi de R$ 30 mil.
A empresária Lúcia Freitas Aquino considera a ideia interessante. Na opinião dela, apenas a placa indicando o serviço deveria ser fixada em um local mais visível. A expectativa é de se espalhar de boca em boca e entenderem como funciona, até porque o termo estrangeiro é desconhecido pela maioria dos habitantes. “No mais, não precisar nem abrir a porta do carro e poder escolher dentre as variedades e ainda a um preço justo, é excelente”, afirma.
Aparentemente pequena, na área de comercialização, os vendedores expõem sete variedades do grão preferido na mesa dos brasileiros e ainda a fava. Hoje, o Pingo de Ouro e o Preto da Bahia são os mais caros. O quilo custa R$ 4. O Feijão Branco do Pará e o Mulatinho estão sendo vendidos a R$ 3 o quilo. O mais barato, o de Corda, está a R$ 2,50 o quilo. Tem ainda o Paulistinha, o Sempre Verde e o Raul. “Quem preferir pode comprar a saca”, acrescenta o vendedor José Matias.
Na Central de Abastecimento do Ceará (Ceasa), localizada em Maracanaú, na Região Metropolitana de Fortaleza, o Feijão de Corda também está sendo vendido a R$ 2,50 o quilo. Até agosto do ano passado estava sendo comercializado a R$ 3,50. A queda no preço foi de 28,5%. Apenas o Feijão Verde teve elevação no preço, de R$ 8 para R$ 9. O acréscimo representa 12,5%. São R$ 2 a mais em relação ao preço da fava vendida em Quixadá, preferida em substituição ao Feijão Verde, enquanto o inverno não chega.