A reforma da Previdência pode avançar na Câmara dos Deputados e ser votada já no próximo dia 6 de dezembro, depois de acordo entre Michel Temer (PMDB) e o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ). A aproximação entre os dois ocorre após indicação do deputado Alexandre Baldy, um dos principais aliados de Maia, para o Ministério das Cidades.
O nome de Baldy já vinha sendo articulado pelo presidente da Câmara desde outubro e tem apoio do PMDB e de partidos do “Centrão”, entre eles o PP, sigla à qual Baldy irá se filiar no próximo sábado, dia 25. Esses partidos barganham cargos e liberação de emendas desde que as votações das denúncias contra Temer foram parar na Câmara.
Ontem, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, estava otimista quanto à votação da medida ainda este ano. Meirelles disse que o relator do projeto, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), deve apresentar nesta semana um projeto incorporando todas as discussões e que “certamente” serão mantidas na nova proposta a idade mínima para aposentadoria, o período de transição e a igualdade de regimes para setor público e privado.
Mesmo com as alterações, deputados da base ainda consideram difícil conseguir os 308 votos necessários para a aprovação da reforma.
Com prazo apertado, Maia deve se encontrar ainda hoje com os líderes dos partidos da base para articular os apoios. Amanhã à noite, os deputados participarão de um jantar com o presidente Temer, onde ele vai apresentar o texto da reforma, após o enxugamento.
Vice-líder do governo, Darcísio Peroni (PMDB-RS) admite que o Governo terá dificuldade em conseguir aprovar a proposta, mesmo após as mudanças.
Com a revisão da proposta sobre aposentadoria rural e o benefício para idosos de baixa renda, o deputado acredita que os apoios podem aumentar. “Os deputados do Nordeste estavam resistentes. Diziam que não dava pra votar como estava, porque mataria os velhinhos”, diz Peroni.
O deputado Danilo Forte, apontado como um dos resistentes pelo parlamentar, acredita que as alterações vão criar um “ambiente mais favorável” para aprovação, mas acredita que o diálogo sobre a medida ainda não se esgotou. “Tem um desgaste anterior que a gente já tem conhecimento e requer uma maturação maior. Não acredito numa votação a toque de caixa”, pontua.
“Vamos para o pau”, adiantou o líder da oposição, José Guimarães (PT-CE), classificando a tentativa de aprovar a reforma ainda este ano como “inaceitável”. “Nós, da oposição, não vamos dar mole. Vamos fazer uma obstrução de conteúdo pesada”, afirma.
Para o parlamentar, as mudanças não receberão tanto apoio porque não mexem na “questão central da reforma”, que é o tempo de contribuição e a idade mínima. “Duvido que algum deputado saia abraçado com o Temer nessa proposta”, considera.
Nordeste Notícia
Fonte: O povo