Cerca de 35 mil novos postos de trabalho devem ser gerados no Estado do Ceará entre os meses de agosto e dezembro deste ano, conforme previsão do Sistema Nacional de Empregos/Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (Sine/IDT). Para este ano, a meta é chegar a 29 mil pessoas empregadas através do encaminhamento do órgão, que faz a intermediação entre os candidatos e as empresas.
De acordo com o coordenador estadual da Intermediação de Profissionais do Sine/IDT, Antenor Tenório, o setor de serviços será responsável pela geração de mais oportunidades de emprego, com aproximadamente 60% das vagas, seguido pelo comércio, com 29% e pela indústria, com 11% das vagas. A maioria dos postos de trabalho está concentrada na Capital e em outras cidades da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista e Lojista de Fortaleza (Sindilojas), Cid Alves, endossa a perspectiva. “Vamos gerar uma grande quantidade de empregos no segundo semestre, porque está havendo uma retomada clara da economia, com queda da taxa de juros”, aponta.
“Neste ano, a indústria está começando a dar resultado e esse é um fator que vai contribuir para essa geração de emprego”, aponta o coordenador. “A gente pretende encaminhar para o mercado de trabalho cerca de 100 mil trabalhadores. Nossa média de aproveitamento fica em torno de, a cada 3,4 pessoas encaminhadas, uma é contratada. E a previsão de colocação é 29 mil pessoas”.
Queda da oferta
A estimativa do Sine/IDT, entretanto, representa uma queda de 23,9% ante o previsto para o segundo semestre do ano passado. Se esperava a abertura de 46 mil postos de trabalho no período, quando 43 mil foram de fato captadas – uma diferença de 32,55% ante a perspectiva atual de colocação de 29 mil trabalhadores do mercado de trabalho. Tenório avalia que os empresários ainda estão na defensiva por conta da crise que aflige o País.
Conforme a análise do coordenador, a redução nas vagas é compreensível. “Nós ainda temos muitas coisas em discussão, então hoje o setor produtivo está bem mais cauteloso nessa questão de gerar vagas, sem ter a certeza de que vai produzir e vender. E é normal, de um ano para o outro, como não houve mudança na economia, pois existem dinâmicas diferenciadas de acordo com os setores”, afirma.
Ainda assim, Tenório aponta que há setores que começam a dar resultados e que se destacam, levando inclusive a análises com perspectivas mais animadoras para 2018. “Eu acredito que a gente vai ter uma pequena reação, mas uma reação tímida, em 2018. Vamos gerar emprego, mas não no ritmo que desejamos”, pondera o coordenador de intermediação de profissionais do Sine/IDT.
Mais exigências
A redução do número de vagas tem ainda como efeito o aumento nas exigências para contratar. “É a ‘lei da oferta e da demanda’. Já que tem muitos trabalhadores e pouca vaga, naturalmente a empresa vai ser mais criteriosa (na contratação), pois esse momento também exige da empresa maior competitividade. De 2014 para 2017 havia uma flexibilidade tremenda quanto ao perfil, hoje não. Acaba sendo uma forma de valorizar o trabalhador”, explica.
Dentre as exigências, no mínimo, o ensino médio incompleto. “As empresas estão priorizando pessoas de 18 a 39 anos. No Sine, 85% dos colocados estão nesta faixa etária. Deles, 75% têm do ensino médio incompleto a superior completo”, frisa Tenório. Ele lembra ainda as diferenças de oportunidades para homens e mulheres, uma vez que, em média, 53% das vagas são para o sexo masculino, com remuneração mais alta, e 47% para o feminino.
O coordenador destaca ainda que houve retração nas ofertas de emprego de alguns segmentos no Interior do Estado, que podem ser compensados pela expansão de outros. “A gente percebe grandes grupos diminuindo suas cadeias de lojas. Mas, enquanto isso, a gente percebe também alguns setores sendo ampliados, como o das farmácias, por exemplo”, acrescenta.
Orientação profissional
Para ajudar os candidatos a ter mais chances de conquistar um espaço no mercado de trabalho durante o período da alta estação, o Sine/IDT oferece gratuitamente orientação profissional, conforme o coordenador, para que o trabalhador “identifique o que o mercado está exigindo”, bem como auxilia na preparação do currículo e fornece algumas outras orientações para a vida profissional.
“A gente percebe que profissionais que investem continuadamente em qualificação tem grandes chances (de inserção no mercado de trabalho). Pessoas multifuncionais, que sabem conviver em equipe, que se adequam bem à cultura da empresa, que sejam criativas, que têm poder de resolução de problemas e recepcionam bem os clientes, são as com mais chances”, explica o coordenador.
Nordeste Notícia
Fonte: Diário do Nordeste