Um mês e meio após o fim da quadra chuvosa, o Ceará apresenta cenários diferentes de convivência com a seca. Enquanto no Litoral Norte o abastecimento hídrico atinge, em média, 70% da capacidade total, com grau de severidade da estiagem reduzido, o Sertão Central e o Vale do Jaguaribe enfrentam situação crítica com menos de 5% do total.
Com 11,8% de recarga média nas 12 bacias do Estado, montagem de adutoras e perfuração de poços, além da transposição do rio São Francisco, são medidas para eliminar a utilização de carros-pipa e estabelecer uma estrutura hídrica a longo prazo. As ações são associadas à tarifa de contingência e ao controle de perdas no sistema de saneamento na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).
Com perspectiva de finalizar 2017 com 1.300 poços, dois equipamentos de perfuração foram entregues na manhã de ontem, na Secretaria dos Recursos Hídricos do Estado (SRH). “As máquinas estão trabalhando em todas as regiões do Ceará, mas a prioridade da perfuração de poços é onde a demanda de abastecimento humano é maior”, projetou o governador Camilo Santana (PT).
Conforme o titular da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), João Lúcio Farias, o Ceará tem situações muito diferenciadas.
“Tivemos aporte melhor principalmente na bacia do Coreaú e nas bacias litorâneas do Estado. A situação é crítica na bacia do Banabuiú, com menos de 4% da reserva, no Sertão de Crateús, com menos de 2%, e na região do Jaguaribe”, avalia
Para o secretário dos Recursos Hídricos do Estado (SRH), Francisco Teixeira, a situação hídrica ainda é crítica. Com as chuvas o Ceará retornou ao nível do período seco de 2016. “Isso é preocupante, merece todo o cuidado que a gente vem tendo. Muitas cidades ainda dependem da construção de poços para sobreviver”, disse.
Com as duas perfuratrizes entregues, a Superintendência de Obras Hidráulicas (Sohidra) soma 18 máquinas. No primeiro semestre de 2017, foram perfurados 624 poços.
ANA RUTE RAMIRES
Nordeste Notícia
Fonte: O Povo