Três empresas provedoras de internet foram alvos de ataques criminosos no Ceará na madrugada desta segunda-feira (17). Dois deles foram em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza; e o outro ocorreu em Caridade, no interior do Ceará.
Os ataques contra os provedores de internet no Ceará têm ocorrido desde fevereiro. A facção exige dinheiro de operadoras de internet para permitir a oferta do serviço e promove ações de retaliação contra as provedoras que recusam pagar a “taxa”.
Os ataques incluem tiros contra a fachadas das empresas, depredação e queima de veículos e rompimentos de cabos de fibra óptica, deixando os clientes sem internet.
No ataque mais recente, nesta segunda-feira, cinco criminosos encapuzados arrombaram a porta da Giga+, derrubaram líquido inflamável e atearam fogo no local no Bairro Parque Soledade, em Caucaia. O segundo crime ocorreu no Bairro Parque São Gerardo, no mesmo município.
Também na madrugada de segunda, empresas provedoras de internet foram atacadas no município de Caridade, a 95 quilômetros de Fortaleza. Os criminosos voltaram a destruir a infraestrutura de internet que fica em postes, arrancando caixas e derrubando fios.
Na semana passada, cerca 90% dos clientes que pagam pela internet já haviam ficado sem o serviço em Caridade após criminosos destruírem centenas de fios em postes.
Presos
A Secretaria da Segurança Pública informou que um homem de 20 anos foi preso por envolvimento no ataque incendiário desta segunda-feira em Caucaia. Ele tem passagem por tráfico de drogas e foi autuado por crime contra a incolumidade pública, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio, informou a pasta.
Um segundo homem, de 19 anos, suspeito de participar do ataque, também foi preso pela Polícia Civil. Os dois detidos foram encontrados no bairro Parque Soledade.
Não foi confirmado se os crimes ocorridos nesta segunda-feira foram coordenados pelo Comando Vermelho, facção que atacou empresas do setor na última semana.
Na semana passada, duas fases da operação Strike prendeu 27 membros do Comando Vermelho suspeitos de envolvimento na onda de ataque, ocorrida entre 22 de fevereiro e 17 de março (confira cronologia abaixo).
Conforme a Secretaria da Segurança, operadoras clandestinas de internet também foram fechadas. Essas empresas ilegais funcionavam a serviço da facção.
Sequência de ataques
O objetivo dos ataques é forçar as empresas a repassarem à facção parte da mensalidade paga pelos clientes pelo serviço de internet. As ações são direcionadas àquelas que não obedecem aos criminosos, segundo o titular da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas, delegado Alisson Gomes.
Os provedores de internet no Ceará chegaram a suspender as atividades em algumas regiões após ataques promovidos por uma facção criminosa, que incluem desde o corte de cabos de internet até o incêndio de veículos e tiros contra as sedes das empresas. Até o momento, onze atos criminosos foram registrados em Fortaleza, Caucaia, São Gonçalo do Amarante e Caridade, sendo seis deles na última semana. Pelo menos quatro empresas foram atingidas.
g1