O Ceará confirmou 122 casos de febre Oropouche em seis municípios do estado – todos na região do Maciço do Baturité.
A Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) disse que o evento é ‘atípico’, já que a doença não é considerada endêmica no estado. O primeiro caso da doença no estado foi confirmado pela Secretaria da Saúde do Ceará (SESA) no dia 21 de junho de 2024: um paciente de 53 anos, sexo masculino, residente na zona rural do município de Pacoti.
Antonio Lima Neto, secretário executivo de Vigilância em Saúde da Sesa, fala sobre doença
“Essa doença é transmitida por um novo vetor, um novo mosquito, que é conhecido em alguns lugares como maruim ou como mosquito-pólvora. É da espécie Colicoides paraense. É um mosquito menor e que está muito presente naquela região. Está muito associado com regiões de plantação, criações de animais. É um mosquito que os focos, normalmente, estão fora de casa. É um pouco diferente do caso do mosquito da dengue. É um mosquito que tem um habitat mais silvestre, mais de área de mata mesmo”, explica Antonio Lima Neto, secretário executivo de Vigilância em Saúde da Sesa.
Ainda de acordo com o boletim epidemiológico da febre do Oropouche divulgado pela secretaria, dos 122 casos confirmados, 56,5% (69) são do sexo masculino e as idades estão entre 14 a 79 anos. A maioria dos casos confirmados reside ou frequenta a zona rural de seus municípios.
Os sintomas mais comuns são febre, dor de cabeça muito intensa (bem parecida com a dengue) e dores musculares, chamadas de mialgias.
Antonio Lima Neto aponta que a prevenção é ‘individual’ e que pode ser feita com o uso de roupas com mangas compridas que protejam braços e pernas.
“Se possível, utilize o repelente, embora a gente não saiba exatamente ainda a importância do repelente. Mas nesse caso específico desse mosquito, tem sido recomendado também o uso. E evitar os horários em que há maior proliferação, sobretudo áreas que a gente chama de crepusculares, que é o fim da tarde, começo da manhã, onde há uma grande procura do mosquito.”, disse.
Dos casos confirmados (122) três são gestantes. Não houve registro de agravamento do quadro clínico de nenhum deles. Até o momento, todos os casos investigados apresentam local provável de infecção em zona rural.
Ainda não há tratamento específico disponível. A detecção da Febre do Oropouche é feita por um teste, que utiliza biologia molecular e busca o material genético do vírus.
A Secretaria da Saúde ressalta a importância de um diagnóstico diferencial por meios laboratoriais e recomenda que a população procure uma unidade de saúde assim que sintomas aparecerem.
“É uma doença que a gente está conhecendo. Tiveram alguns casos mais graves em outros estados, algumas situações em que as gestantes foram afetadas, inclusive, com confirmação de óbito fetal. Então, a gente tem falado muito da proteção, majoritariamente, também essa gestante e evitar o maior contato com áreas em que o mosquito esteja proliferando”, concluiu o secretário executivo de Vigilância em Saúde da Sesa.
g1