Academia Blockchain Sports, com investimento de R$ 300 milhões, está em construção em Acopiara. Terreno tem 42 hectares
Academia Blockchain Sports, com investimento de R$ 300 milhões, está em construção em Acopiara. Terreno tem 42 hectares Crédito: BLOCKCHAIN SPORTS/DIVULGAÇÃO

Um projeto milionário de futebol, com investimento inicial de R$ 300 milhões, está em curso numa zona rural de 42 hectares em Acopiara, isolada do centro do município cearense de quase 45 mil habitantes. Por trás do empreendimento está a Blockchain Sports, um grupo empresarial bielorrusso que tem como CEO Saksonau Dzmitry, dono de um império no ramo de tecnologia.

A ideia principal é revelar novos talentos do futebol e fomentar o desenvolvimento econômico e social de Acopiara. As obras da Academia Blockchain Sports (ABS) estão em andamento desde agosto e preveem a construção de um complexo com dois campos sintéticos, um campo com grama natural, prédio administrativo, casas geminadas, escola, dormitórios, SPA, hotel, estádio, arquibancada e vestiários. O prazo para conclusão é 2025.

Ao todo, 150 adolescentes entre 14 e 17 anos serão atendidos na academia de futebol. No momento, 25 jovens já estão morando no complexo, alojados num edifício administrativo com refeitório à disposição, seguindo rotina de alimentação balanceada desenvolvida por nutricionistas.

“Vamos dar toda a estrutura para desenvolver garotos a realizar os sonhos deles e mandar para todos os mercados de futebol do mundo. A gente quer entregar os equipamentos e desenvolver a região. O Brasil é um celeiro de talentos”, afirma Lucas Mapurunga, gerente de projetos da Blockchain Sports, que adianta que o estádio e o hotel são os únicos equipamentos previstos para conclusão em 2025.

De acordo com o profissional, a instalação do complexo já está movimentando a economia de Acopiara e gerando 500 empregos diretos. Com as obras em andamento, os 25 garotos atendidos pelo projeto atualmente estão treinando na areninha do município, mas em breve passarão a praticar as atividades nos campos sintéticos já concluídos na Academia.

Os jovens foram escolhidos em “peneiras” feitas ao redor do Brasil. Além do Ceará, há garotos da Bahia, do Espírito Santo, Piauí e de Minas Gerais. O dia a dia dos meninos, dos treinamentos e das obras é exibido diariamente no Instagram oficial da Academia (@bcs_academia).

Os adolescentes têm à disposição fisioterapeuta, preparador físico, massagista e personal trainer, assim como treinadores, entre eles o ex-jogador cearense Jônatas, com passagens por Flamengo e Espanyol-ESP, e nutricionistas.

Ademais o complexo em Acopiara, o grupo empresarial bielorrusso tem o interesse de expandir o projeto para outras cidades cearenses, com a construção de polos de treinamento futuramente.

Uma comitiva do grupo, incluindo o CEO Saksonau Dzmitry, tem se reunido com autoridades locais e figuras relevantes do esporte cearense para apresentar o projeto e firmar parcerias. Houve encontros com o secretário do Esporte do Estado do Ceará, Rogério Pinheiro, o presidente da Federação Cearense de Futebol (FCF), Mauro Carmélio, e dirigentes do Ceará e Fortaleza.

Como Acopiara virou sede do projeto milionário

Antes de decidir a cidade que receberia a academia de futebol, o bielorrusso Saksonau Dzmitry estava em dúvida sobre onde aportar o investimento: Brasil ou África do Sul? A cultura de futebol, geração de talentos e a força já conhecida no esporte colocavam o país tupiniquim em vantagem.

Mas como decidir em qual cidade investir num país com dimensões continentais no qual Dzmitry nunca havia visitado? O desembarque do projeto da Blockchain Sports em Acopiara passa por uma conexão entre duas figuras: o cearense Lima Demoura, ex-jogador com passagens por Flamengo e clubes do leste europeu, e o lituano Mindaugas Matula, agente de futebol.

Os dois formaram uma parceria entre 2007 e 2013, quando Lima jogava profissionalmente e havia acabado de deixar a base do Flamengo para atuar no leste europeu. Mindaugas se tornou o agente do cearense natural de Acopiara.

Da colaboração profissional, Lima e Mindaugas mantiveram a amizade. O lituano é amigo de Dzmitry, tinha conhecimento do empreendimento do bielorrusso no futebol e fez a conexão entre o empresário e o ex-cliente, que passou a ser treinador após encerrar a carreira como jogador e era envolvido em projetos sociais ligados ao esporte.

“Através do Mindaugas, surgiu esse projeto. Ele fez a ponte, conhecia o Dzmitry. Mindaugas veio aqui, fizemos um evento, conheceu o espaço, a região e levou a ideia para o Dzmitry, que apostou e resolveu fazer o projeto aqui”, explica Lima.

“O projeto é uma bênção para a nossa região, que sempre foi muito carente de esporte, de futebol. Apoios públicos sempre deixaram a desejar. O Dzmitry está mudando a história da nossa cidade, não só futebol, mas impactando a cidade com empregos, movimentando dinheiro”, ressalta o ex-jogador e atualmente treinador da Academia Blockchain Sports em Acopiara.

Segundo Lima, o projeto terá equipes disputando torneios em todas as categorias de base na temporada de 2024, no futebol cearense. A ideia é ter um time profissional a partir de 2025.

 

DN

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