A prisão de Demétrio no Paraguai realizada pela Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) do Paraguai e por agentes da Força Tarefa Conjunta (FTC), unidade de elite integrada por policiais e militares das Forças Armadas paraguaias.
O cearense foi localizado durante a invasão de um apartamento localizado no centro da cidade paraguaia. Ele estava com duas escopetas semiautomáticas calibre 12, munições e celulares.
Conforme o Senad, o cearense deve ser expulso do país e entregue a autoridades brasileiras.
Um cearense de 32 anos foi preso nesta quarta-feira (21) com armas de grosso calibre na cidade de Pedro Juan Caballero, no Paraguai, na fronteira com o município de Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul. A prisão foi realizada pela Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) do Paraguai e por agentes da Força Tarefa Conjunta (FTC), unidade de elite integrada por policiais e militares das Forças Armadas paraguaias.
À TV Verdes Mares, afiliada da TV Globo no Ceará, a Polícia Federal afirmou que recebeu informalmente a informação de um brasileiro preso com armas de grosso calibre em Pedro Juan Caballero, mas que ainda não havia sido acionada oficialmente nem recebeu o processo relacionado a esta prisão.
Outras prisões
O cearense Demétrio de Sousa Lacerda, de 32 anos, já havia sido detido anteriormente com quase uma tonelada de droga no município de Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, que faz divisa com o país onde foi capturado.
Natural de Iguatu, na região centro-sul do Ceará, Demétrio também responde a dois processos no estado de origem. Um deles, de 2016, pelo crime de receptação; o outro, de 2017, por adulteração de sinais identificadores de veículos.
Ele estava em liberdade cumprindo medidas alternativas à prisão por tráfico de drogas ocorrida em novembro de 2020. Na ocasião, uma equipe do Departamento de Operações de Fronteira abordou um caminhão que havia saído de uma chácara e estava trafegando MS-164.
Durante a abordagem, o motorista, de 40 anos, entrou em contradição acerca da data em que chegara à Ponta Porã (MS), despertando a desconfiança dos agentes, que fizeram uma vistoria no veículo e localizaram em seu semirreboque 37 pacotes de maconha, que totalizaram 779 quilos.
Ainda conforme informações divulgadas à época pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública do Mato Grosso do Sul, o motorista inicialmente alegou desconhecer que transportava a droga, mas acabou por admitir ter sido contratado para levá-la até a cidade de São Paulo (SP), depois que carregasse o caminhão com milho no município de Antônio João (MS).
Durante a ocorrência, os policiais abordaram um carro, conduzido por Demétrio, que apareceu na rodovia momentos após o caminhão. Após inspeção, foram encontradas no interior do veículo, anotações relacionadas ao tráfico de drogas, além de uma quantia em dinheiro.
Os agentes ainda seguiram até a chácara de onde o caminhão havia saído e localizaram no local mais 30 quilos de maconha, totalizando 809 quilos do entorpecente.
Diante dos fatos, Demétrio e o motorista do caminhão foram conduzidos até a delegacia de Polícia Federal, onde o cearense admitiu ser o dono da droga, afirmando para os agentes que contratara ainda um terceiro indivíduo para intermediar o transporte do entorpecente, “não oferecendo, porém, detalhes sobre sua identificação”.
Demétrio foi condenado pela Justiça do Mato Grosso do Sul a 12 anos e 3 meses de reclusão, em regime inicialmente fechado, além do pagamento R$ 1.236 dias-multa. Ele chegou a ficar preso, mas foi solto por meio de habeas corpus.
No auto do processo que levou a prisão do cearense por tráfico no Mato Grosso do Sul, consta que ele apresenta “sérios e graves indícios no sentido de que está intimamente ligado ao crime organizado” e tem envolvimento direto com o narcotráfico na região.
“Destaco, nesse ponto, os elementos de informação colhidos na Informação de Polícia Judiciária nº 1633715/2020 (2020.0116976-DPF/PPA/MS) (lfs. 231 e seguintes do PDF), em que foi relatada a análise preliminar do conteúdo do celular apreendido com o acusado, em que foram encontradas fotografias do acusado – identificado pelas tatuagens constantes de seu pulsos – portanto pistolas, inclusive com ‘kit rajada’, artefato bélico que transforma para todos os efeitos, uma arma não automática em automática, bem como de diversos tabletes de drogas, cigarro de maconha e armas, e mesmo fuzis de uso militar, além de grandes quantidades de dinheiro e conversas do aplicativo de mensagens instantâneas Whatsapp indicando negociações de compra e venda de entorpecentes, contendo fotos e vídeos de cargas de drogas contemporâneas à data do fato. Tais dados são contundentes em demonstrar que o acusado tem envolvimento direto com o narcotráfico na região, causando, aliás, suspeita, o fato dele residir no Paraguai”, diz um trecho do documento.