Amaro Manoel dos Santos foi ao Ceará para romaria de Nossa Senhora das Dores. — Foto: Arquivo pessoal/Reprodução
Amaro Manoel dos Santos foi ao Ceará para romaria de Nossa Senhora das Dores. — Foto: Arquivo pessoal/Reprodução

A busca por Amaro Manoel dos Santos, 75 anos, desaparecido em Juazeiro do Norte, segue sem respostas e com a tristeza de familiares e amigos. Após viajar à região do Cariri cearense, o grupo retorna nesta quarta-feira (28) à terra indígena Wassu Cocal, em Joaquim Gomes (AL), por não ter mais como se manter no Ceará para continuar a procura.

“Hoje não dá pra gente continuar porque, apesar de a gente ter recebido acolhimento por parte da igreja e de alguns amigos, o recurso que a gente conseguiu juntar pra vir pra cá já está acabando”, desabafou Igor Freitas, primo do desaparecido.

“A gente tá saindo de Juazeiro com o coração partido, porque, quando a gente empreende uma luta, a gente tenta vencer. Mas a gente não conseguiu o êxito que a gente queria.”

 

Mesmo com a falta de avanços na procura de Amaro, o grupo de quatro pessoas, vindas em carro próprio, mantém a esperança. “A gente tá com a expectativa de que, até mesmo depois de a gente sair daqui, encontrarem ele e a gente ter que voltar.”

Indígena que foi para a romaria no Juazeiro do Norte continua desaparecido

Desaparecimento

 

Segundo o parente, o idoso saiu do estacionamento em que o ônibus estava e se sentou nas proximidades. Enquanto o grupo de viajantes estava dividido, Amaro teria desejado ir a um bar.

Por volta das 11h, o idoso teria sido interpelado pela filha, que pediu para ele ficar no local. Contudo, após ela se afastar para ir a um banheiro, o homem sumiu.

“A gente fez até alguns contatos a respeito de algumas câmeras que foram vistas [em locais próximos], mas as pessoas disseram que os equipamentos não estavam funcionando ou gravando, pediram pra passar depois”, relatou. O grupo, então, preferiu buscar uma delegacia e conversar com a equipe da abordagem social.

Assim, foi montada uma estratégia de buscas, a qual contou com divulgação em redes sociais e meios de comunicação locais. A rede de apoio em busca do idoso contou, ainda, com pessoas ligadas à assistência social, a comunidades religiosas de bairros e de doação de alimentos, além da própria polícia.

Grupo criou peças comunicando o sumiço do idoso e divulgando números para repasse de informações. — Foto: Divulgação
Grupo criou peças comunicando o sumiço do idoso e divulgando números para repasse de informações. — Foto: Divulgação

Familiares e amigos chegaram a receber informações, dado o “pique da romaria”, de acordo com o primo, mas as pistas não levavam a nada concreto. Com os dados recebidos, os envolvidos chegaram a buscar o idoso em outros municípios, como Crato e Barbalha, mas não tiveram sucesso.

“A gente viu que essa busca de estar indo lá onde o pessoal dizia que viram não teria muito efeito”, lamentou. “Porém, a gente conseguiu uma vantagem: em todo canto que a gente anda, o pessoal pergunta se acharam o índio.”

Ao g1, a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informou, em nota, que a vítima foi vista pela última vez na Paróquia de Nossa Senhora das Dores, no Centro do município. O caso está a cargo da Delegacia Regional de Juazeiro do Norte, e as diligências seguem até a localização do idoso. A pasta não respondeu se conseguiu recolher imagens de câmeras de segurança ou relatos de outras testemunhas sobre o sumiço.

Dinheiro também sumiu

 

Conforme Mucunã, liderança indígena da tribo Wassu Cocal, Amaro Manoel dos Santos era uma pessoa lúcida e experiente em andar sozinha. “Ele andava até de moto, tinha costume de sair e passar dias fora, na casa de familiares em Joaquim Gomes”, relatou ele, que acompanhou o idoso no ônibus da peregrinação, com 48 pessoas da aldeia.

Antes da empreitada rumo ao Ceará, o idoso realizou um empréstimo de R$ 6,6 mil em 9 de setembro, apontou o líder indígena. No dia 10 de setembro, antes de viajar, Amaro Manoel disse ter deixado R$ 4 mil em casa para realizar reparos em um carro após retornar.

Entretanto, Mucunã afirmou que, ao puxar itens pessoais para uso, o desaparecido estava com R$ 250 em uma bolsa. O dinheiro restante — cerca de R$ 2 mil — não foi localizado com o idoso na viagem.

“Há uma possibilidade de ele estar com todo esse dinheiro em mãos ou em um local guardado”, considerou o indígena, acrescentando que filha e neta buscaram o dinheiro em toda a casa do familiar, mas não encontraram a quantia.

“A família revistou a casa e nada, e o carro está do mesmo jeito”, complementou o primo de Amaro.

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