A Polícia Federal expandiu as investigações sobre o assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips. Segundo a GloboNews, fontes relataram que agora cinco suspeitos são investigados no caso.
As informações divulgadas até o momento aponta que três são suspeitos de envolvimento direto na morte de Bruno e Phillips, um estaria envolvido na tentativa de ocultar os restos mortais, e o quinto seria um possível mandante.
Investigadores revelam que já há fortes indícios relacionados aos executores, mas ainda tentam reunir provas sobre o suposto mandante do crime.
Duas pessoas já foram presas por suspeita de envolvimento no desaparecimento da dupla: os irmãos Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como “Pelado” e que confessou o crime nesta quarta-feira (15), e Oseney da Costa de Oliveira.
Um terceiro mandado de prisão pode ser expedido em breve. O inquérito também tenta esclarecer se o assassinato de Bruno e Phillips está relacionado a crimes anteriores dos mesmos suspeitos.
DESAPARECIMENTO
Bruno e Dom estavam desaparecidos desde o último dia 5 de junho, quando faziam o trajeto entre a comunidade ribeirinha São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte, no Vale do Javari, Amazônia.
A viagem costuma durar apenas duas horas, mas Bruno e Dom nunca chegaram. Após horas sem contato, uma equipe da Univaja formada por indígenas conhecedores da região que trabalhavam com Bruno partiu em busca dos dois, mas sem sucesso.
Testemunhas relataram à Polícia Federal que viram a embarcação com o indigenista e o jornalista britânico ser perseguida por Amarildo da Costa Oliveira.
As declarações colhidas pelos investigadores estão presentes em um relatório da corporação, entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF) nessa terça-feira (14). Elas ainda indicam que o brasileiro disse ter sofrido ameaças na região.
“Em 11/06/2022, uma testemunha com identificação protegida prestou depoimento à Polícia Federal no interesse do inquérito policial instaurado no âmbito da Delegacia de Polícia Federal em Tabatinga. A testemunha relatou que ouviu Bruno dizer que estava sendo ameaçado por pessoas que não aceitavam as atividades de combate às ilegalidades recorrentes contra indígenas da região”, diz o documento, a qual o jornal Correio teve acesso.
“Entre as ameaças recebidas por BRUNO, algumas delas foram proferidas por ‘PELADO’, indivíduo tempos atrás teria efetuado disparos de arma de fogo contra a base local da FUNAI e, recentemente, ameaçado os ‘vigilantes’ da região ostentando uma arma de fogo do tipo espingarda”, relata a PF.
Segundo as testemunhas, duas pessoas, usando roupas como as que as vítimas usavam no dia que sumiram, foram avistadas sendo perseguidas por dois homens.
“Cerca de dois minutos após a embarcação de Bruno ultrapassar a do depoente, uma voadeira de alumínio, da cor verde, com motor 60 hp, ultrapassou a embarcação do depoente que o depoente reconheceu essa segunda embarcação que ultrapassou, de cor verde, como sendo a embarcação do ‘Pelado’ viu que na embarcação havia mais um homem sem saber declinar quem seria somente que estava de roupa escura e manga cumprida”, diz o trecho do relatório.
Os investigadores encontraram vestígios de sangue na lancha usada por “Pelado”. Segundo o portal g1, não foi confirmado se o sangue é humano ou de animal. O material foi coletado e encaminhado de helicóptero para Manaus, onde deve ser periciado, conforme a Polícia Federal.
DN