Um dia após a prisão de um casal suspeito de tráfico de drogas internacional, a Justiça do Ceará decidiu soltar um dos detidos. Durante audiência de custódia nessa quinta-feira (14), o juiz decidiu pela prisão domiciliar para Caroline Carvalho Vieira Marques.
Caroline foi detida junto ao esposo Rodrigo Lupércio Sebastião, o ‘Chocolate’, de 45 anos, apontado por comercializar drogas com alto teor de pureza, provenientes de países como a Bolívia e o Paraguai, que têm como principal destino a Europa. O casal foi capturado durante operação interestadual, em um condomínio de luxo, em Aquiraz.
Conforme a decisão, o casal tem duas filhas no espectro autista e não têm parentes em Fortaleza que possam se responsabilizar pelas crianças. A defesa de Caroline requereu a substituição da prisão preventiva pela prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica e o pedido foi aceito.
O magistrado justificou que a prisão da mulher em modalidade domiciliar é para acompanhar as filhas. Já Rodrigo Lupércio deve continuar em cárcere. O homem já tinha sido preso anteriormente, no ano de 2018, em posse de cocaína, no Ceará.
OPERAÇÃO
Segundo a Polícia Civil do Ceará, a operação cumpriu mandados de prisão e mandados de busca e apreensão, em Fortaleza e Aquiraz, no Ceará; e em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. A força-tarefa ainda resultou no bloqueio de contas bancárias.
Rodrigo Lupércio seria um dos coordenadores do envio de cocaína e haxixe (espécie de maconha mais concentrada) para outros continentes. “A gente percebe, pelo que apurou até aqui, que a droga que ele comercializa ainda é destinada a um processo de desdobramento, pelo nível de pureza. A aparência dela é até densa, pegajosa”, aponta o delegado de Combate aos Crimes de Lavagem de Dinheiro, Ismael Araújo.
A PC-CE afirma que ainda não identificou se a droga passava pelo Ceará antes de cruzar oceanos e se ‘Chocolate’ integra alguma facção criminosa. Entretanto, a imprensa do Mato Grosso ligou ‘Chocolate’ a uma organização criminosa de origem carioca, que está espalhada por todo o Brasil – inclusive no Ceará.
De acordo com a PC-CE, Rodrigo Lupércio Sebastião movimentou milhões de reais no Ceará, inclusive com remessas de valores para o exterior.
Uma das formas do grupo criminoso comandado pelo homem preso ocultar o entorpecente enviado para a Europa é escondê-lo em esculturas, segundo a investigação. O processo segue tramitando na Vara de Delitos de Organização Criminosa.
Nordeste Notícia
Fonte: O Povo