Juazeiro do Norte foi apontada como a oitava cidade mais violenta do Brasil por levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado na quarta-feira, 23. Outras três cidades figuraram na relação, que considera taxa média de homicídios dolosos, quando há intenção de matar, por cem mil habitantes, entre 2018 e 2020. No entanto, a realidade do município não reflete a posição no índice, segundo o secretário de Segurança de Juazeiro do Norte, Doriam Lucena.
Em entrevista à rádio CBN Cariri, o secretário questiona a metodologia da pesquisa. “O resultado não condiz com a realidade, porque para considerar uma cidade violenta nós temos que analisar outras variáveis e não somente o número de homicídios. De toda forma, é um resultado que nos traz um alerta e nós iremos buscar auxiliar cada vez mais as forças policiais que estão à frente do combate a essa violência”, declara Lucena. O estudo da Ipea aponta que 190 assassinatos foram registrados na região nos três anos analisados.
Ocorrências violentas têm diminuído na região do Cariri. Entre janeiro e maio de 2021, foram registrados 108 crimes violentos nos 25 municípios ligados à região, segundo dados da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Estado do Ceará (SSPDS). No mesmo período do ano passado, o número foi de 139. A redução percentual foi de 26%. Fevereiro apresentou queda mais notável: enquanto em 2021 o mês teve 18 ocorrências, em 2020 o número foi de 53. À época, o número de homicídios subiu 417% em todo o Estado, que passava por motim da Polícia Militar.
O titular da Delegacia Regional de Polícia Civil de Juazeiro do Norte, Inácio Torres, associa a diminuição de registros à atuação da Polícia Judiciária. “Nós observamos que aumentou e muito o número de prisões feitas pela Polícia Civil relativas a crimes de homicídio. Investigações qualificadas que resultaram em prisões preventivas dos homicidas da nossa região. Então, nós acreditamos que uma das causas para essa redução foi esse número de prisões feitas pela Polícia Judiciária na nossa região”, argumenta.
Com informações do repórter Guilherme Carvalho, da CBN Cariri