Ser empresário no Brasil é difícil. Sê-lo no Nordeste é mais difícil ainda. Agora, imaginem ser empresário agropecuário no Ceará, um Estado com 95% de seu território sobre um solo cristalino, com poucas (mas muito boas) manchas agricultáveis e sujeito aos humores da natureza.
Neste momento, os agropecuaristas cearenses enfrentam, além dos desafios da pandemia do Coronavírus e suas consequências sociais, econômicas e financeiras, mais um período de baixa pluviometria (eufemismo para seca verde ou estiagem prolongada).
De acordo com o presidente da Funceme, Eduardo Martins, que ontem falou para a comunidade empresarial da agricultura e da pecuária, este 2021 está semelhante ao ano de 2012, quando a estação de chuvas também ficou abaixo da média histórica. Uma má notícia!
Como se não bastasse, Martins engatou outra, de efeito ainda mais depressivo: o mês de abril, que se aproxima, será pior do ponto de vista pluvial. Choverá menos ainda do que já choveu neste terceiro mês do ano.
Aqueles tempos antigos do refrão “abril, chuvas mil” passaram.
Em 2012, o Castanhão, maior reservatório de água do Ceará, acumulava altas reservas, ao contrário de agora, quando guarda só 10% dos 6,5 bilhões de metros cúbicos que pode represar.
Surgem várias perguntas. Por exemplo: o abastecimento de Fortaleza e de sua Região Metropolitana como ficará? As águas do São Francisco serão suficientes para a recarga mínima do Castanhão? E as populações das cidades do Baixo Jaguaribe – à jusante – terão água suficiente para o seu sustento? E a dessedentação animal também estará garantida?
Não há dúvida de que o Ceará é 100% dependente da água da chuva. A natureza, contudo, tem sido avara nos últimos anos, talvez como consequência da antropização, que é a ação direta do homem sobre o meio ambiente, causando, entre outras coisas, o aquecimento do planeta e, também grave, a poluição dos oceanos, que virou um depósito de lixo plástico.
TESTEMUNHO: AMOR ATÉ O FIM
Permitam-me, caros leitores, prestar-lhes um depoimento absolutamente pessoal, mas adequado ao triste e trágico cenário que todos enfrentamos neste instante por causa da pandemia da Covid-19.
Minha mãe, Maria Alice, de 100 anos – que, se Deus o permitir – serão celebrados no próximo dia 4 de abril, domingo da ressurreição de Cristo – vive seus últimos dias.
Seus principais órgãos, a começar dos rins, já emitem os primeiros sinais de falência.
No último dia 14, uma diarreia pôs em estado de alerta seus 13 filhos, 47 netos e 35 bisnetos, que chamaram uma geriatra.
Com muitos anos de experiência, a médica prescreveu um exame de Covid, que logo atestou positivo.
Imediatamente, ergueu-se um muro preventivo entre ela e seus descendentes. Então, os que já haviam confrontado e vencido a Covid e adquirido anticorpos, quatro dos 13, assumiram o comando das providências.
Um protocolo foi elaborado pela geriatra e imediatamente obedecido. Quatro dias depois, o intestino de D. Maria Alice voltou à normalidade.
Aí surgiram, como soe acontecer aos idosos centenários, uma secreção aqui, um inchaço ali e, ainda, avançados sinais de debilidade no cansado organismo de nossa mãe.
Os filhos decidimos que – além do apoio de duas dedicadíssimas cuidadoras que há mais de um ano assistem o seu dia a dia – era necessário o mesmo “algo mais” de atenção, dedicação, devotamento e amor carinhoso que nossa mãe nos ofereceu durante toda sua longa e maravilhosa vida.
Então, foi convocada a Unimed Lar, um serviço de excelência da Unimed Fortaleza que, entre outras coisas, executa um programa tecnicamente chamado de “cuidados paliativos”, incluído no seu plano de saúde.
De que se trata? Trata-se de uma intervenção profissional e, ao mesmo tempo, personalizada, que concede ao paciente – de qualquer idade – uma melhor qualidade de vida no momento extremo de sua existência.
Neste caso específico, os médicos e enfermeiros da equipe da Unimed Lar logo repararam, para nossa alegria, que nossa mãe estava muito bem assistida e no lugar apropriado para a circunstância: o aconchego do seu lar e o sorriso e o carinho de sua família, algo que não teria em um ambiente hospitalar, por melhor que fosse, opção, aliás, sempre rechaçada pelos filhos, netos e bisnetos.
D. Maria Alice está prestes a fazer sua viagem para a vida eterna, e levará consigo o mesmo amor com que amou e criou sua imensa e unida família, que agora roga a Deus que a receba em uma de suas moradas.
Este testemunho tem um objetivo: incentivar outras famílias a adotar os mesmos cuidados com os seus entes queridos – idosos ou não.
Em momentos de finitude da vida humana, será melhor que, dependendo das circunstâncias, evidentemente, tudo aconteça sob o abrigo familiar, principalmente agora, quando os hospitais públicos e privados, superlotados, são transmissores dessa doença invisível e traiçoeira.
CISTERNAS ESTÃO INFECTADAS
Há hoje no sertão do Ceará 373 mil cisternas, instaladas e em operação, feitas de cimento ou fibra de vidro, que guardam águas oriundas das chuvas ou dos carros-pipa.
Estima-se que um milhão de cearenses consomem água dessas cisternas, uma média de quatro pessoas por família.
Este é o lado bom desta informação, contado pelo agrônomo e consultor em agropecuária Zuza de Oliveira.
Mas, segundo a mesma fonte, há o lado ruim, que é o seguinte: segundo o Instituto cearense Manamauê, do qual Zuza de Oliveira faz parte, a maioria dessas cisternas está contaminada por bactérias, protozoários e vírus.
Zuza de Oliveira disse à coluna que há um esforço no sentido de juntar empresas privadas e organismos públicos do Ceará para a busca de uma saída tecnológica que resolva o problema, usando filtros especiais para a purificação das águas das cisternas.
IPECE DIVULGA HOJE PIB CEARENSE
O Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece) divulga nesta terça-feira, às 14h30min, o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do Ceará relativo ao quarto trimestre e ao ano de 2020.
Já se sabe que, dos três setores que compõem o PIB, a Indústria e os Serviços apresentaram queda, enquanto a Agropecuária registrou boa evolução.
No entanto, o PIB cearense do ano passado, em relação a 2019, ficou menor do que o PIB nacional, de menos 4,1%, índice recentemente divulgado pelo IBGE.
Tendo em vista a pandemia da Covid-19, o Ipece, a exemplo do que ocorreu com relação às divulgações do ano de 2020, apresentará os números do PIB em sala virtual.
Na ocasião, também será divulgada a previsão para economia cearense para 2021.
SUSTENTABILIDADE NA ADVOCACIA
Ontem, Dia Mundial da Água, o APSV Advogados lançou o APSV Impact, um programa de sustentabilidade voltado para uma transformação interna e de relacionamento da empresa com os clientes e o mercado.
Segundo a sócia e gestora da área de governança e direito societário da APSV Advogados, Mariella Rocha, a iniciativa é resultado de uma articulação transversal entre as áreas de prática jurídica que já lidam no dia a dia com fatores ambientais, sociais e de governança (ESG, sigla em inglês para Environment, Social e Governance).
O ESG é, na opinião de Mariella Rocha, um caminho natural para um escritório que possui equipes atuando juntas em direito ambiental, urbanístico, trabalhista, digital, fiscal, regulatório e societário.
O APSV Advogados foi admitido recentemente pelas ONU como signatário do Pacto Global.
O Pacto Global – como explica Igor Gonçalves, que integra a área de sustentabilidade da empresa – é uma iniciativa voluntária que dá diretrizes para a promoção do crescimento sustentável e da cidadania, por meio de lideranças corporativas comprometidas e inovadoras.
No Ceará, também participam do Pacto Global várias empresas, entre elas Solar, Framework, Rio Energy, Cimento Apodi, M. Dias Branco e Enel Ceará.
A FUNCEME E A CHUVA ARTIFICIAL
Presidente da Associação Comercial, João Guimarães pede passagem para lembrar que a Funceme, na sua origem, tinha uma missão a cumprir: provocar chuvas artificiais.
Para isso, usou dois aviões “Islander”, bimotores, comprados pelo Estado e adicionados à carga da Fundação Cearense de Meteorologia e Chuvas Artificiais.
As duas aeronaves, de asa alta, estão hoje desativadas.
Elas voavam carregando, em sua cabine, um enorme botijão cheio de uma solução de água e sal. Quando penetravam nas nuvens do tipo “cumulus nimbus”, a mistura era liberada.
Em algumas vezes, deu certo. Na maioria das tentativas, porém, houve frustração.
Como se tratava de uma novidade, os dois “Islanders” chegaram a voar nos céus de outros estados, transportando água com sal e um sonho que, cientificamente, nunca se realizou.
MUSICADO O SLOGAN “VAI DAR CERTO”
Já foi musicado pelo excelente compositor, sanfoneiro e cantor Adelson Viana o primeiro grande bordão desta pandemia:
“Vai dar certo!!”
A música, que já toca no rádio e nas redes sociais, integra uma iniciativa do Sindicato da Indústria de Alimentos do Ceará (Sindialimentos) que homenageia os profissionais de saúde que estão na frente de combate à pandemia da Covid-19.
Ela também presta homenagem ao Dr. Elias Leite, presidente da Unimed Fortaleza, que, pelas redes sociais, apresenta, diariamente, no início da noite, um boletim das ocorrências do Hospital Regional da Unimed, concluindo-o com o bordão “Vai dar Certo”.
O VAO E VEM DO MERCADO
Fecharam em queda as bolsas asiáticas.
As europeias operam em leve baixa nesta terça-feira. As dos EUA mostram sinais de leve queda, também.
Há expectativa pelo leilão de títulos da dívida do tesouro dos EUA com prazo de sete anos. Os juros norte-americanos caem.
Nordeste Notícia
Fonte: O Povo/Egídio Serpa