A Polícia Civil do Ceará investiga ação de um grupo de suspeitos que utiliza ligações telefônicas para entrar em contato com idosos e fingem ser representantes de bancos para aplicar golpes no Ceará.
Márcio Borges, genro de uma idosa de 78 anos, que foi vítima dos golpistas, relatou que bandidos usaram até música da central telefônica do banco. Ele relata que a sogra conversou por alguns minutos com uma pessoa desconhecida, que fingiu ser funcionário do banco, onde ele possui conta. Márcio Borges afirmou que pediram dados pessoais dela e a idosa acabou repassando.
“Começaram a pedir os dados dela. Pediram o número do cartão de crédito dela completo, senhas, que ninguém deve informar para terceiros principalmente em uma ligação telefônica. Ela confirmou a senha e passou todos os dados dela”, explicou.
Compras canceladas
Por sorte, Márcio Borges conta que familiares chegaram até sua residência, minutos após a idosa receber a ligação. Ela contou a situação e Márcio Borges conseguiu bloquear o cartão e cancelar duas compras. Uma no valor de R$ 5 mil e outra de R$ 3,6 mil.
“Conseguimos bloquear o acesso da conta dela. Houve duas tentativas que iriam ser confirmadas pela instituição bancária caso a gente não tivesse agido com rapidez. Uma de uma compra de R$ 5 mil no comércio e outra de R$ 3,6 mil em comércio de eletrodomésticos”, afirmou.
Segundo a polícia, após convencer a idosa a repassar todos os dados, o suspeito ainda afirmou que trabalhava em parceria com a Polícia Civil em uma investigação contra uma quadrilha que clonava cartões de créditos nos bairros Aldeota e Meireles. Antes de encerrar a ligação, o suspeito ainda disse que iria enviar um suposto policial civil para pegar o cartão de crédito junto com uma declaração onde a idosa afirmava que não havia utilizado o cartão. O homem foi até à residência da idosa e pegou o cartão de crédito. O suspeito ainda não foi identificado pela polícia.
Desconfie da ligação
A orientação da polícia é para que as pessoas se mantenham atentas em relação aos dados bancários e negociações dos idosos, desconfiando de qualquer ligação diferente relacionada a questões bancárias.
“O banco quando identifica que a compra foi feita de maneira indevida. Eles cancelam o cartão. Então, não existe a necessidade de o banco receber um cartão físico para que seja feita o cancelamento do cartão. Reforçamos que senhas não devem ser divulgadas. Seja por telefone ou presencialmente. Reforçar também que a Polícia Civil não trabalha em conjunto com os bancos da maneira que houve neste golpe específico”, disse delegada Camila de Carvalho, do 2º Distrito Policial, que investiga o caso.
A Polícia Civil confirmou que recebeu outros registros do golpe e que, em muitos casos, o prejuízo causado aos idosos é grande. “Ideal é que a partir do momento que o infrator comece a pedir dados pessoais é que o sinal de alerta seja ligado. A pessoa deve encerrar a ligação e busque contato com seu gerente”, recomendou a delegada.
Nordeste Notícia
Fonte: SVM