O empreendedorismo se tornou a grande febre nacional em meio aos tempos difíceis da economia brasileira. Enquanto uns investem na moda, em produtos artesanais, em blogs, há quem encontre em um passatempo a chance de ter um novo produto. Foi assim que nasceu a “Kreke Patinha”, a pequena máquina que pretende facilitar o momento de comer um caranguejo.
Em meio a “férias forçadas”, após fechar a empresa que lhe fornecia renda há 26 anos, o fortalezense Adriano Rocha, de 46 anos, passou a ter a praia como sua “terapia”, como ele mesmo afirma. E, inusitadamente, descobriu uma grande chance de empreender. Observando o consumo de caranguejos nas barracas de praia e considerando seu próprio gosto pelo crustáceo, Adriano começou a questionar o motivo de nunca terem inventado algo que facilitasse a degustação e minimizasse a sujeira. Colocando a pata do caranguejo sob o mecanismo, o consumidor quebra a carapaça e consegue retirar a carne sem machucar os dedos e sem bater diversas vezes.
“Muita gente, apesar de gostar, não come porque suja muito ou por não saber quebrar”, explica Adriano. Logo que a ideia surgiu, próximo ao Carnaval deste ano, ele foi a um marceneiro para produzir o primeiro protótipo e, após isso, passou quase 10 meses adaptando a invenção, fazendo mudanças até chegar a um produto de fato eficaz. Após tantos testes, a “Kreke Patinha” passou a ser feita com 100% de polietileno, facilitando sua limpeza, garantindo que ela seja “eficaz, higiênica e prática”, como destaca o criador.
Para Adriano, a família e os amigos tiveram grande papel na criação do seu produto, já que o apoiaram integralmente e que até o nome, Kreke Patinha, surgiu em uma roda de conversa com amigos, devido ao barulho feito enquanto as patas do crustáceo são quebradas para tirar a carne.
A invenção, já patenteada, está fazendo grande sucesso entre os donos de barracas e restaurantes que comercializam o caranguejo, garantindo que consumidores da capital cearense tenham acesso à ferramenta. Individualmente, cada Kreke Patinha custa R$ 40. O plano de Adriano é que, para além do Ceará, a invenção chegue ao Nordeste e a todo o Brasil, já que, segundo ele, mesmo nos locais como Sul, que não possuem forte cultura praiera, há uma diferente mas intensa apreciação do crustáceo.
Nordeste Notícia
Fonte: O Povo/Mariah Costa