A literatura de cordel é uma manifestação cultural do Nordeste. É preciso muita habilidade para desenvolver essa arte. Mas a cearense Maria de Lurdes necessitou fazer um esforço a mais pra conseguir se tornar uma cordelista. Afinal, ela é deficiente visual.
“Minha deficiência começou quando eu nasci. Descobri aos 12 anos, quando fui para a escola, e lá os professores indicaram para a minha mãe que me levasse a um médico. Ele então disse que eu tinha uma miopia, e que ela ficaria com um grau mais forte com o tempo”, conta.
Lurdes não conseguiu terminar os estudos. Casou, teve 4 filhos e depois se divorciou. Foi quando conheceu o atual marido, o cordelista Bandeira, e aí reencontrou o amor pelo cordel.
“Meu pai era amante do cordel, principalmente a viola. Como ele não sabia ler, eu lia para ele enquanto ainda tinha visão. Quando conheci o Bandeira, ele me ensinou a fazer cordel, e aí a paixão voltou”, relata.
A cordelista já ganhou prêmios e comendas, como o Concurso de poesia do Instituto dos Cegos e a Medalha da Academia Cearense de Letras, além da participação no concurso de poesia do 9º salão de Genebra.
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Fonte: Tribuna do Ceará