Sem certame voltado para a categoria desde 2014, Estado autorizou processo para contratar novos policiais.
Sem certame voltado para a categoria desde 2014, Governo Estadual autorizou processo para contratar novos policiais
De acordo com Camilo Santana, as vagas serão preenchidas por novos delegados, inspetores e escrivães da Polícia Civil do Ceará. Para isso, o governador informou que contratou uma consultoria externa para fazer a avaliação dos custos.
“Quero fazer da Polícia Civil do Estado do Ceará a melhor Polícia Civil do Brasil”, declarou o chefe do Estado, ao pontuar que chamou durante a sua gestão cerca de 1.300 profissionais. O novo processo seletivo deve ser autorizado pela Assembleia Legislativa do Ceará antes de ter o edital publicado.
No mês de julho de 2018, conforme pesquisa realizada no Portal da Transparência do Governo do Estado, 4.149 servidores ativos estavam lotados na Polícia Civil. Destes, 529 dispunham do cargo de delegado, 1.049 de escrivão e 2.391 de inspetor. A média salarial bruta do cargo mais alto do servidor ativo da corporação (o delegado), por exemplo, gira em torno de R$ 21 mil, enquanto escrivães e inspetores recebem, em média, respectivamente, R$ 6,1 mil e R$ 6,3 mil.
Salário
É nesse sentido que uma das únicas críticas apontadas pela presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Ceará (Sinpol), Ana Paula Cavalcante, com relação à valorização da Corporação ganha espaço: “o que existe hoje é uma enorme desproporção, que é a maior do País. Um inspetor e um escrivão ganham 18% o de um delegado, a média brasileira é de 35% a 40%. O que não se justifica é a tamanha desproporção, é um desequilíbrio dentro a Instituição”, afirma.
Segundo a presidente do Sinpol, essa é uma das questões que não garantem que a Polícia Civil seja a melhor do Brasil. “O que falta apenas para o governador ter o resultado que ele precisa é uma melhoria salarial para segurar esses profissionais”, ressaltou Ana Paula Cavalcante.
Ainda que essa seja uma questão debatida pelo Sindicato, a policial concorda que as ações efetuadas pelo gestor cearense têm trazido melhorias fundamentais para a categoria. “Vai ser o maior concurso da história da Polícia Civil do Ceará. Não resta dúvida de que vamos ter um reforço muito bom nas delegacias”, garantiu Ana Paula, ao classificar as reformas nas delegacias do Estado, retirada de detentos desses espaços e realização de concurso como “mudanças muito positivas”.
Quatro anos
O último certame realizado pelo Governo do Estado para a Polícia Civil iniciou ainda na segunda gestão do ex-governador Cid Gomes, em 2014. As primeiras avaliações, contudo, foram feitas em janeiro de 2015, quando Camilo Santana havia acabado de assumir o mandato no Poder Executivo do Estado.
Na época, foram abertos 763 postos de trabalho, com remunerações iniciais de R$2.946,19 para inspetores e escrivães e R$ 14.592,39 para delegados. Com jornada de trabalho de 40 horas semanais, cada profissional inscrito deveria ter nível superior e Carteira Nacional de Habilitação (CNH), no mínimo categoria “B”. Na ativa, desde o último concurso, o número de profissionais aumentou 38,5% (1.104 novos policiais entre 2015 e 2018).
Tendo como base o total de servidores ativos no Estado em julho deste ano (92.772), o efetivo da Polícia Civil, atualmente, (4.149) representa 4% de todos os profissionais lotados no Governo. A Polícia Militar, por sua vez, dispõe de um quadro com 21.773 PMs na ativa – o que corresponde a 23% de todos os servidores do Estado.