As crianças que frequentam escola no município de Aracati, no litoral leste do Ceará, apresentam incidência de miopia variando entre 1% e 2%, enquanto que, no Japão, esse índice varia entre 70% e 80%. Buscando explicações para a discrepância entre as duas realidades, pesquisadores da KEIO University School Of Medicine de Tóquio, Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Estadual Paulista (Unesp) estão no município realizando exames oculares em crianças de 7 a 12 anos da Escola de Ensino Fundamental e Médio Professor Antônio Monteiro.

De acordo com o médico Richard Yudi Hida, a cidade foi escolhida pelo fato de ser um local com baixa incidência de miopia infantil e onde as crianças passam menos tempo utilizando equipamentos eletrônicos, o que pode ser comparado aos resultados obtidos no Japão, em que uma das principais causas do aumento desse problema de visão pode estar relacionado com o uso excessivo de aparelhos eletrônicos, como smartphones e tablets.

“Essa é apenas uma das hipóteses. Eu não posso dizer que esse é um fator determinante”. Segundo o médico, a maior causa de miopia em crianças costuma estar ligada à genética e questões relativas a uma etnia específica, diz Richard Yudi Hida.

“Nosso objetivo é entender as razões pelas quais o grau vem aumentando com o tempo, e porque crianças sem tendência acabam desenvolvendo a miopia”, comenta Hida.

Na convivência com os garotos de Aracati, os pesquisadores perceberam que eles têm muito mais vida fora da sala de aula do que dentro. “Eu mostrei um smartphone com várias fotos para um garoto. No início, ele até se interessou, mas rapidamente deixou o aparelho de lado e foi brincar ao ar livre. Isso também precisa ser analisado, essa vida ao ar livre”, comenta.

Realizados na clínica da Faculdade Vale do Jaguaribe, os exames com as crianças foram iniciados no dia 13 e seguem até o dia 17. Na atual fase, o plano é avaliar crianças no Brasil para que os resultados possam ser comparados, a fim de procurar soluções para reverter o aumento progressivo de casos de miopia na infância.

Fonte

Pesquisa

Coordenada pelo médico oftalmologista Milton Massato Hida, professor titular aposentado da Unesp Botucatu, e pelo oftalmologista Richard Yudi Hida, a pesquisa, iniciada em 2010, chega ao oitavo ano contando com o levantamento de informações de mais de 700 crianças do Japão.

Os testes e exames a que estão sendo submetidas as crianças de Aracati, registram as alterações ópticas, imperfeições e acuidade visual por meio do Sistema Único de Refração, com os equipamentos de última geração da empresa Zeiss, referência em optometria e tecnologia médica.

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