A reportagem do Diário do Nordeste revela que, entre 2003 e 2023, a Assembleia Legislativa do Ceará (Alece) instaurou apenas uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) voltada à segurança pública — a CPI do Tráfico de Drogas, criada em 2007. Apesar do crescimento da violência e da atuação de facções criminosas no estado, nenhuma outra CPI sobre o tema foi aberta nesse período.
Essa única CPI foi criada em 2007 para investigar o tráfico de drogas, presidida pelo então deputado Nelson Martins, e teve duração de seis meses. Apesar de apresentar um relatório com recomendações, não houve desdobramentos significativos.
Desde então, mesmo diante do crescimento da violência e da atuação de facções criminosas no estado, a Alece não voltou a abrir CPIs sobre o tema. Parlamentares justificam essa ausência alegando que as comissões permanentes já tratam da segurança pública e que o Executivo tem atuado diretamente. No entanto, especialistas e representantes da sociedade civil apontam que CPIs são instrumentos importantes para investigar problemas estruturais e propor soluções efetivas.
O jornal questiona a postura do Legislativo estadual, sugerindo que há uma lacuna no enfrentamento institucional da crise de segurança. Em comparação com outros estados, onde CPIs têm sido usadas para investigar milícias e facções, o Ceará se destaca pela inércia nesse tipo de iniciativa. O texto propõe uma reflexão sobre o papel da Alece na construção de políticas públicas mais eficazes e transparentes diante da escalada da violência.













