O fenômeno chamado curtailment refere-se à interrupção ou limitação da geração de energia renovável, mesmo quando há capacidade disponível. No caso do Ceará, essa perda ocorreu principalmente em usinas eólicas e solares, que tiveram de reduzir ou parar a produção por falta de infraestrutura adequada para escoar a energia gerada.

Segundo dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o estado deixou de aproveitar cerca de 1.000 gigawatts-hora (GWh) de energia limpa em 2023. Isso equivale ao consumo anual de 1,6 milhão de residências, considerando uma média de 600 kWh por casa por ano.

As causas do curtailment incluem:

  • Limitações na rede de transmissão, que não consegue absorver toda a energia gerada.
  • Falta de planejamento integrado entre expansão da geração e da infraestrutura de escoamento.
  • Condições climáticas favoráveis, que aumentam a produção além da capacidade da rede.

Especialistas apontam que, embora o Ceará seja líder em geração de energia renovável, especialmente eólica e solar, o estado precisa de investimentos urgentes em linhas de transmissão e sistemas de armazenamento para evitar desperdícios e garantir maior eficiência energética.

O curtailment também afeta a rentabilidade dos empreendimentos e pode desestimular novos investimentos no setor, caso não haja soluções estruturais. O governo federal e empresas privadas já discutem alternativas, como usinas reversíveis e baterias de grande porte, para mitigar o problema nos próximos anos.

 

Diário do Nordeste

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