Os ataques do Comando Vermelho a empresas de internet no Ceará, ordenados por membros da facção que estão escondidos no Rio de Janeiro, afetaram a população de pelo menos quatro cidades e levaram ao o fechamento de duas empresas que atuavam na Grande Fortaleza. Segundo o Ministério Público, os traficantes também são responsáveis por ordenar mais de mil homicídios no estado.
Na manhã deste sábado (31), esses integrantes da facção foram alvo de uma operação na Rocinha, Zona Sul do Rio. A ação buscou capturar chefes do crime do Ceará escondidos na comunidade. Foram cumpridos 29 mandados de prisão e 14 de busca e apreensão. Nenhuma das lideranças do Comando Vermelho do Ceará foi presa.
Durante a ação, foram apreendidos quatro fuzis, duas pistolas, um revólver, um fuzil de airsoft, munição e drogas ainda em fase de contabilização. Um homem com mandado de prisão em aberto foi preso.
Ataques
Os crimes aconteceram entre fevereiro e março deste ano e atingiram empresas de Fortaleza, Caucaia, São Gonçalo do Amarante e Caridade.
As ações incluíram incêndios de veículos, depredação de equipamentos, invasão de sedes e destruição de caixas de transmissão, antenas e redes de fibra ótica.
Uma investigação do Ministério Público do Ceará apontou que a ação dos criminosos era em represália a negativa dos empresários em atender as exigências do Comando Vermelho, entre elas, o pagamento mensal de uma taxa de R$ 20 por cada cliente que pagava o serviço de internet.
Consequências
O município de Caridade, a 92 quilômetros de distância de Fortaleza, foi o mais afetado, com 90% dos clientes ficando sem internet por semanas, conforme estimativa da Associação de Provedores do Ceará. Apenas clientes que pagavam pelo serviço de internet via satélite mantiveram a conexão.
Nesse período, a maioria dos moradores da cidade de 22,5 mil habitantes ficou sem acesso a serviços como Pix, internet bank e sem poder se inscrever em concurso público, por exemplo.
g1