Foto de alunos e professores da Uece protestando em frente ao Ministério Público de Fortaleza segurando faixas e cartazes pedindo mais professores
Legenda: Alunos e professores reclamam do déficit docente na Universidade, que já se estende há anos Foto: Nícolas Paulino

Uma notificação oficial do Ministério Público do Ceará (MPCE), enviada no último dia 9 de junho, requisitou que o governador do Estado, Elmano de Freitas, apresente em até 45 dias um plano de ação para resolver o problema da falta de professores na Universidade Estadual do Ceará (Uece).

A instituição atravessa um período delicado, com 371 disciplinas sem oferta neste semestre por falta de docentes para assumi-las. Alunos temem atrasos na formação, e outros educadores têm sobrecarga devido ao acúmulo de tarefas.

Após audiência pública no dia 4 de junho, em que representantes do Governo pediram mais tempo para analisar soluções, o promotor de Justiça Ricardo de Lima Rocha requisitou do governador um planejamento com medidas concretas para resolver a crise.

“Há disciplinas obrigatórias sem professores e estudantes sem poder ir adiante em sua graduação por falta de professor em disciplina que é obrigatória e pré-requisito para subsequente”, narra o representante ministerial.

O ofício também orienta que deve ser resguardado o direito de nomeação dos professores aprovados no cadastro de reserva do último concurso para docentes da Universidade, realizado em 2022 e cuja validade se estende até janeiro de 2027.

O pedido faz parte de um inquérito civil que está investigando a falta de professores na Uece, aberto após uma Notícia de Fato encaminhada pelo Sindicato dos Docentes da UECE (Sinduece), em 2024.

AUDIÊNCIA TERMINA SEM ACORDO

A audiência pública teve participação da Sinduece, movimento estudantil, integrantes do cadastro de reserva do último concurso, do reitor da Uece, Hidelbrando Soares, e de representação da Procuradoria-Geral do Estado (PGE).

Porém, nem o governador ou secretários com poder decisório estiveram presentes. Como os representantes da Reitoria e da PGE alegaram não ter competência para assinar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), que poderia viabilizar a convocação de mais docentes, o encontro terminou sem acordo.

Por isso, o Sinduece apontou a necessidade de oficiar o governador Elmano de Freitas cobrando um plano de ação com quatro pontos centrais:

  • Convocar todos os aprovados no cadastro de reserva nos setores em que haja carência;
  • Proposta de Emenda Constitucional (PEC) para garantir a autonomia universitária;
  • Ampliação no número de cargos docentes;
  • Realização de um novo concurso público de efetivos para áreas não cobertas pelo cadastro de reserva.

DÉFICIT NA UECE É CERTO

Ainda na audiência, a Reitoria admitiu carência de professores em 371 disciplinas, assim como a impossibilidade de convocação do cadastro de reserva pela falta de autonomia universitária.

No entanto, o número exato de professores necessários para preencher totalmente o quadro da Universidade é inexato.

 

 

Diário do Nordeste

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