Um delegado e um escrivão da Polícia Civil do Ceará (PCCE) foram afastados das funções e estão sob investigação por supostamente desviarem material apreendido. A dupla foi alvo de operação deflagrada nesta quarta-feira (30).
A suspeita é de que os policiais estavam vendendo cargas de madeiras apreendidas em Tianguá. A PCCE informou ao Diário do Nordeste que cumpriu a decisão judicial de afastamento cautelar pelo prazo de 30 dias.
No total, foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão em desfavor dos investigados, nas cidades de Ipu e Tianguá, e também no Piauí.
De acordo com o Ministério Público do Ceará (MPCE), a operação foi deflagrada após “a instauração de dois procedimentos investigatórios, que apuram a prática, em tese, dos crimes de associação criminosa, peculato, corrupção passiva e corrupção ativa“.
“Segundo investigações preliminares, há suspeita de que os agentes públicos recebiam, em forma de doação, cargas de madeiras apreendidas na Serra da Ibiapaba pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), e repassavam o material a empresários em troca de vantagem financeira”, disse o MPCE.
O MP nomeou a operação como ‘Lignum’, em referência à madeira, em latim.
O órgão destaca que a investigação foi conduzida pelo Núcleo de Investigação Criminal (Nuinc), com apoio da Delegacia de Assuntos Internos (DAI) da Controladoria-Geral de Disciplina do Ceará (CGD). A execução contou com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) dos MPs do Ceará e do Piauí e da Delegacia de Assuntos Internos da CGD.
“Todas as medidas cautelares de busca e apreensão pessoal e domiciliar, bem como de afastamento de função pública, foram deferidas pelo 5º Núcleo Regional de Custódia e Inquéritos em Sobral”, segundo o órgão acusatório.
Diário do Nordeste