Legenda: Crateús deve ser um dos municípios com maior temperatura nos próximos dias Foto: Thiago Gaspar

A “onda de calor” associada ao aumento da temperatura em diversas cidades brasileira na última semana teve impacto, ainda que em menor escala, no Ceará, com município que ultrapassou a marca dos 40°C. Nos próximos dias, o calor deve ser acima da média histórica na região do Sertão de Crateús, onde os dias podem alcançar os 38°C.

O fenômeno que tem causado essas ondas de calor em vários estados do Brasil, inclusive no Ceará, é resultado de uma área de alta pressão da atmosfera que cobre a maioria dos estados. Além disso, no Estado, o período conhecido como B-R-O BRÓ e o El Niño também são motivos relevantes para as altas temperaturas.

CONFIRA AS CIDADES MAIS QUENTES ATÉ O MOMENTO

  • Barro: 40,5°C (15/09/2023)
  • Jaguaribe: 39,4°C (15/09/2023)
  • Camocim: 38,8°C (20/09/2023)
  • Amontada: 38,7°C (20/09/2023)
  • Santa Quitéria: 38,5°C (15/09/2023)

Nos meses de setembro, outubro e novembro, o B-R-O BRÓ, as temperaturas são normalmente mais altas, porque há menos nuvens e a radiação solar afeta o Estado sem essa “barreira” natural.

“Dentro do Ceará vai estar quente, mas as áreas que podem ter temperaturas máximas mais altas do que o normal é o Sertão, principalmente o de Crateús, na parte Oeste do Estado”, completa a especialista.

Para se ter uma noção, em Crateús, a temperatura máxima média para o mês de setembro é de 34,6°C. Contudo, as previsões da Funceme indicam que a região deve ter temperatura máxima de cerca de 38ºC. “Muito acima do valor climatológico para o mês”, como frisa Meiry.

 

Legenda: População busca formas de contornar o calorão Foto: Thiara Nogueira/Reprodução

MUNICÍPIOS DO SERTÃO DE CRATEÚS

  • Santa Quitéria
  • Hidrolândia
  • Catunda
  • Monsenhor Tabosa
  • Tamboril
  • Nova Russas
  • Ipueiras
  • Ararendá
  • Ipaporanga
  • Poranga
  • Crateús
  • Independência
  • Novo Oriente

Outro fator associado ao aumento da temperatura é o El Niño, que eleva a temperatura das águas oceânicas e impacta o período chuvoso no Ceará.

“As águas quentes do Oceano Pacífico, caracterizando o El Niño há alguns meses, também contribuem para aquecer a atmosfera. Essas águas mais quentes têm uma interação oceano-atmosfera e acabam impactando as temperaturas do ar”, destaca Meiry.

Ela contextualiza que 2016 começou com uma ocorrência de El Niño, uma das maiores registradas no Estado, que elevou a temperatura das águas em 3°C. Naquele ano, o Ceará enfrentou dias mais quentes do que o normal.

A nova ferramenta de previsão das ondas de calor da Funceme é usada diariamente por meio do modelo Global Forecast System (GFS), com validade das informações de 6 dias. Quando as áreas são identificadas, é feita a média da temperatura máxima para cada dia de previsão sobre o Ceará, definida como Parâmetro de Intensidade Diário (PID).

 

AMPLITUDE TÉRMICA

O maior pico de temperatura do Ceará no ano aconteceu em Barro, na macrorregião do Cariri, quando marcou 40,8°C, no dia 25 de agosto. O monitoramento da Funceme detalhou que esse extremo foi registrado entre às 16h e 17h. No dia anterior, Barro chegou a 38,6°C.

No dia em que alcançou a temperatura mais alta do Estado, a cidade apresentou uma amplitude térmica de 18,1 ºC, já que a mínima foi de 22,7 ºC. Essa oscilação aumenta a percepção da população sobre o calor.

Neste período do ano é comum observar uma grande amplitude térmica nos municípios cearenses, que ficam com mínimas amenas por volta de 6h, mas atingem valores bem mais altos por volta de 14h.

Apesar da maior incidência de radiação ser no Sol a pino, às 12h, a atmosfera leva esse tempo para ter o maior aquecimento. Mas à noite, a radiação se dissipa com mais facilidade e a temperatura volta a baixar.

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