Após o rompimento de 40 barragens causado pelo grande volume de chuvas, que ocasionaram inundações em Milhã, no interior do Ceará, o prefeito da cidade viajou até Fortaleza para pedir ajuda a Superintendência de Obras Públicas (SOP) para a recuperação do município.
“A realidade hoje do município é de tristeza, realmente de calamidade pública. Tanto que foi o único município do Ceará reconhecido como estado de calamidade, os outros foram emergência. Desde o dia 27 [de março] a gente está passando por um sufoco, depois de uma chuva de 330 milímetros em algumas localidades foram vários açudes arrombados. Até hoje a gente já fez o levantamento de 40”, disse o prefeito Alan Macêdo, em entrevista à TV Verdes Mares, afiliada da Globo.
A cidade de pouco mais de 13 mil habitantes, localizada a 228 quilômetros de Fortaleza, decretou situação de calamidade pública. No fim de março, 500 famílias ficaram desabrigadas, com cerca de duas mil pessoas sem ter onde morar. O número corresponde a 15% da população.
Milhã é a maior produtora de leite do Estado, sendo a atividade a principal fonte de renda do município. Segundo o prefeito, as chuvas também afetaram a produção do alimento.
“A gente produz 120 mil litros de leite por dia e está sendo altamente afetado. Passamos seis dias sem energia, também ficamos sem abastecimento de água. Há dois dias conseguimos voltar esse abastecimento e aos poucos a gente está tentando de todas as formas reerguer o município”, relatou o prefeito.
Volume três vezes maior
Em março ,choveu na cidade de Milhã três vezes mais que a média do mês. O esperado para o município no período era de 176 milímetros de chuva, mas a cidade teve 539 milímetros.
Em abril, as precipitações no município já chegaram a 80 milímetros. Os dados são da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme).
Suspensão das aulas
Por conta dos estragos nas estradas, a prefeitura suspendeu as aulas presenciais nas escolas públicas por um mês. A medida foi anunciada pelo secretário municipal de educação, de Milhã, Renato Pinheiro, nesta terça-feira (4).
“Por motivos maiores, a rede do nosso município a partir do dia 10 de abril até o dia 10 de maio funcionará de forma remota. Esses motivos são do conhecimento de todos, pois estamos enfrentando alguns problemas de efeito natural e nesse momento o que precisa ser feito é garantir a segurança e a vida dos nossos alunos, para que a gente possa em momento posterior retornar de forma segura as nossas escolas”, falou o secretário de Educação.
Enquanto isso, os estudantes vão estudar com aulas remotas, para não perderem as atividades pedagógicas.
g1