Lizangela Rodrigues da Silva Nascimento, de 39 anos, está desaparecida desde o último dia 7 de janeiro. Ela foi vista pela última vez no Bairro Triângulo, no município de Chorozinho, na Região Metropolitana de Fortaleza. A mulher é tia de Mizael Rodrigues, morto aos 13 anos, dentro de casa, durante uma ação policial no mesmo município.
O desaparecimento de Lizangela é investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa de Fortaleza. A tia de Mizael já foi, inclusive, entrevistada pelo g1 quando três policiais viraram réus no caso da morte do adolescente (veja abaixo).
Morte de Mizael
Mizael foi morto em uma ação policial no Município de Chorozinho, no dia 1º de julho de 2020. A família afirma que o adolescente estava dormindo e não tinha envolvimento com a criminalidade. Os policiais militares envolvidos no caso rebatem que o jovem estava armado.
A família disse que a casa foi invadida pelos PMs, que ordenaram que todos saírem e depois balearam a vítima no quarto. O caso gerou revolta e tensão na cidade. Moradores chegaram a queimar pneus em uma rodovia e a protestar com cartazes pedindo justiça.
Policiais viram réus
Os três policiais militares denunciados por envolvimento na morte do adolescente Mizael Fernandes Silva Lima viraram réus, após a Justiça acatar denúncia contra eles. Eles foram denunciados pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) em junho do ano passado. A Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública (CGD) informou que o trio estava afastado das funções.
O MPCE informou que a denúncia foi baseada em provas testemunhais e periciais. Conforme a Promotoria de Chorozinho, a demora para oferecer a denúncia foi devido à complexidade do caso.
Foram denunciados o policial militar Enemias Barros da Silva pelo homicídio qualificado presente a qualificadora de recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Além disso, o sargento e os soldados Luiz Antônio de Oliveira Jucá e João Paulo de Assis Silva foram denunciados pelo crime conexo de fraude processual, já que os três policiais teriam interferido na cena do crime, com o objetivo de dificultar as investigações e fiel esclarecimento dos fatos.
MPCE viu excesso na ação dos PMs
Em outubro de 2020, o MPCE havia discordado da conclusão do Inquérito Policial Militar de que os policiais militares agiram em legítima defesa na morte do adolescente. Para a Promotoria de Justiça Militar e Controle Externo da Atividade Policial Militar, houve “excesso” na ação policiais e o caso deve ser transferido para a Vara do Júri de Chorozinho – ou seja, como homicídio doloso (quando há intenção de matar).
À época, o promotor de Justiça Sebastião Brasilino de Freitas Filhos se manifestou dizendo que “o fato como exposto no inquérito policial militar, aponta para a possibilidade de excesso, o qual passa a ser examinado pelo Júri, devendo o presente feito, após a baixa devida no setor de distribuição, ser encaminhado à Promotoria do Júri da Comarca de Chorozinho/CE, para sua análise e adoção de medidas que porventura entender cabíveis, aquele órgão do Ministério Público”.
g1