Antônio Francisco da Silva, de 73 anos, é o recenseador do IBGE mais velho em atuação no Ceará.
Antônio Francisco da Silva, de 73 anos, é o recenseador do IBGE mais velho em atuação no Ceará.

Uma vida dedicada a servir às pessoas por meio do engajamento em pautas sociais e do meio ambiente e sem espaço para a ociosidade. Esse é apenas um resumo da trajetória de Antônio Francisco da Silva, de 73, mais longevo recenseador a atuar na coleta do Censo Demográfico 2022 no Ceará.

Natural do município de Várzea Alegre, Antônio já está no seu quarto Censo, tendo participado de outros dois Demográficos, em 1980 e 1991, e de um Agropecuário, em 1995. Para ele, a pior coisa na vida é ficar sem fazer nada para fazer e é justamente para evitar que isso ocorra que ele continua se voluntariando.

“Tenho vivido intensamente, já que não posso ficar ocioso e procuro me ocupar ao máximo. Quando eu estou sem fazer nada, eu sofro”, afirma.

 

Antônio Francisco da Silva já está no seu quarto censo, sendo um demográfico e outro agropecuário — Foto: Divulgação/IBGE
Antônio Francisco da Silva já está no seu quarto censo, sendo um demográfico e outro agropecuário — Foto: Divulgação/IBGE

A caminhada do recenseador passou por cinco mandatos de vereador da cidade e presidente da Câmara Municipal. Ele também presidiu uma comissão que criou a Lei Orgância do Município, além de atualmente presidir o Lions Club no município, grupo local de uma das maiores organizações internacionais voltadas à promoção de causas humanitárias e prestação de serviços nas comunidades.

“Atualmente eu estou fazendo mudas de plantas frutíferas. E estou em contato com as escolas para que a gente faça um movimento e mostre à criançada a importância do meio ambiente”, diz.

Histórias do trabalho de campo

 

Antônio Francisco da Silva também atua hoje em projeto de mudas de plantas frutíferas, em Várzea Alegre, no Ceará. — Foto: Rodrigo Teles
Antônio Francisco da Silva também atua hoje em projeto de mudas de plantas frutíferas, em Várzea Alegre, no Ceará. — Foto: Rodrigo Teles

Seu Antônio conta que uma vez precisou voltar oito vezes a uma residência após o morador resistir a lhe dar entrevista para o Censo. Segundo vizinhos, o homem vivia embriagado quase que todos os turnos do dia, mas isso não impediu de o recenseador concluir seu trabalho.

“Voltei oito vezes na casa dele até que um dia, às 5h da manhã, encontrei ele saindo de casa já em estado de embriaguez e pedi a entrevista e ele não quis. Então propus que ele me desse a entrevista que depois nós iriamos no bar tomar uma cachaça. Ele topou, ele me deu a entrevista e eu dei cinco reais para ele ir tomar a cachaça dele, e assim consegui”, celebra.

O recenseador relembra o começo difícil durante os estudos na faculdade e não se mostra nem um pouco disposto a parar. Para ele, o mais importante de todo esforço é o legado a ser deixado para outras gerações.

“Vou continuar esse trabalho. Minhas coisas nunca foram fáceis, sempre foram com dificuldade. Espero que o meu posicionamento, os meus depoimentos, as minhas lições sirvam para alguma coisa. Estou à disposição para continuar visando o bem social e defendendo o meio ambiente do município e quem sabe de toda a minha região”, finaliza.

g1

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