Subiu para seis o número de mulheres que denunciaram um médico por abuso sexual em um posto de saúde em Hidrolândia, no interior do Ceará. Ele foi preso na última quinta-feira (7) em Fortaleza após os crimes serem denunciados. Em um dos casos, o médico chegou a tocar nas partes íntimas de uma mulher e a fazer pedidos de cunho sexual.
Segundo a Polícia Civil, que já tinha a denúncia de três mulheres contra o médico, outras três vítimas procuraram a Delegacia Municipal de Hidrolândia e também denunciaram abusos praticados pelo ginecologista.
A polícia afirma que o médico aproveitava momentos de exames e consultas para tocar nas partes íntimas das vítimas. Ele também encostava as partes íntimas dele nas mulheres e fazia perguntas de cunho sexual.
O caso veio à tona em maio deste ano, após a denúncia da técnica de edificações Carla Carvalho, 18 anos, que relatou em uma publicação na rede social que o médico fez perguntas eróticas, a agarrou e tentou pegar nas partes íntimas dela durante uma consulta em um posto de saúde.
Em comentário em rede social, Carla exaltou a prisão do médico. “Deus sabe de tudo, sofri e sofro muito depois de todo o acontecimento. Foram tantos julgamentos como se eu tivesse cometido o crime. E hoje vê que a justiça tá sendo feita, não só por mim, mas por todas e tantas vítimas, inclusive criança, dá uma sensação de alívio.”
Prisão
Conforme a Polícia Civil, a captura do médico, indiciado por estupro, ocorreu no Bairro José Bonifácio, na capital, durante o cumprimento de um mandado de prisão preventiva.
“O caso, que estava a cargo da Delegacia Municipal de Santa Quitéria foi concluído e remetido à Justiça. O suspeito, que foi indiciado, encontra-se à disposição da Justiça”, disse a polícia. A Prefeitura Municipal de Hidrolândia afastou o profissional, que prestava atendimento na UBS Cosma Maurício da Silva.
‘Tentou me agarrar’
No relato feito à época, Carla Carvalho disse que procurou a unidade de saúde no dia 3 de maio, com um quadro mastite, uma inflamação aguda nos seios, devido ao pós-parto. Ao entrar no consultório, ela foi atendida pelo médico, o mesmo que fez o parto dela.
“Na conversa inicial foi algo normal, ele perguntou o que tinha acontecido, expliquei para ele, viu meu seio e disse que era um caso bem sensível para tratar e caso eu não fizesse no posto teria que ir ao hospital. Como o hospital fica a cerca de 32 quilômetros e tenho uma filha pequena, preferi fazer lá [posto]”, relembra Carla.
Segundo a paciente, o médico começou a fazer o procedimento nos seios dela, mas depois de um certo tempo passou a se encostar nela e fazer perguntas de cunho sexual.
“Como era um procedimento doloroso, eu estava sentindo muita dor, ele pediu para não olhar, pois se eu olhasse iria doer ainda mais. Inicialmente ele fez perguntas normais para me distrair da dor. Depois de um tempo, passou a fazer perguntas eróticas sobre relações sexuais. Como meu peito estava muito cheio, começou a vazar leite, aí ele perguntou se podia chupar meu peito”, relatou a jovem.