Fortaleza recebe 1º condomínio feito com contêineres

O condomínio de contêineres é uma iniciativa do empresário Davi Rodrigues, proprietário de um condomínio tradicional, que viu na alternativa uma maneira de construir um segundo empreendimento que já estava planejado, driblando o aumento dos custos imposto pela pandemia.

“O material de construção subiu absurdamente e aí eu não consegui construir tradicionalmente e partir para essa ideia do contêiner”, disse Davi Rodrigues.

Conforme o empresário, o investimento para a obra foi de 30% a 40% mais barato do que se fosse um prédio de alvenaria. Outra vantagem é ser mais sustentável.

Para o projeto se concretizar, o empresário passou um ano estudando a melhor maneira de fazer a obra, período em que descobriu algumas ideias parecidas no Ceará.

“Tem escritório, restaurante, lanchonetes, motel de contêiner. Tem também uma casa em Guaramiranga, mas aqui [Fortaleza] mesmo, condomínio de kitnets, esse é o primeiro”, afirmou o empresário.

O primeiro desafio enfrentado por Davi foi trazer 12 contêineres do Pecém a Fortaleza. Além disso, o empresário também precisou de autorizações e uma montagem específica, realizada durante a madrugada.

“Nós paramos por volta de onze e meia e fomos até seis horas da manhã empilhando esses contêineres aqui”, relembrou Davi.

O condomínio de contêineres possui paredes de PVC e isolamento termoacústico, garantindo conforto aos moradores.

“A primeira pergunta das pessoas que vêm aqui olhar é ‘é quente?’. Não é quente. Toda área do forramento dos contêineres são colocados isolamento térmico e isolamento acústico, que pode ser um isopor bastante largo ou uma lã de vidro. Nos nossos, colocamos o isopor e lã de vidro. Dentro é uma temperatura muito boa, bem semelhante à da construção de alvenaria”, explicou o empresário.

A questão da segurança também foi outro requisito destacado durante o planejamento do condomínio. Para isso, Davi teve o auxílio do empresário da construção civil Diego Lima.

“A gente passou meses e meses pesquisando, consultamos engenheiro calculista, o pessoal que trabalha com carga de contêineres em navios. Mais seguro que isso aqui não existe. Em navios são empilhados 20 contêineres deste”, disse Diego Lima.

De acordo com Davi, o perfil das pessoas que buscam este tipo de moradia são na maioria trabalhadores que moram sozinhos e passam o dia fora de casa.

“Profissionais da área da saúde, profissionais de salão de beleza, motoristas de aplicativo. São pessoas que na maior parte do dia saem para trabalhar e voltam para dormir. Geralmente moram sozinhos”, relatou Davi.

Os kitnets dos contêineres ainda estão recebendo os acabamentos, mas já tem gente em busca de morar no local.

“Tem muita gente que passa aqui, parabeniza. Eu ainda estou terminando e já aluguei três kitnets”, afirmou Davi.