Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Ciências do Mar (Labomar) da Universidade Federal do Ceará (UFC) encontrou oito peixes-leão no litoral oeste do Ceará. A espécie é “altamente venenosa” e foi vista nas praias de Jijoca de Jericoacoara, Camocim, Preá e Acaraú. A pesquisa do Labomar foi realizada nos dias 12 e 14 de março e aponta o risco de a espécie predar outros peixes.

Conforme biólogos, o peixe-leão é um peixe bonito, porém venenoso e prejudicial para o turismo, pesca e economia. Ele pode soltar veneno pelas nadadeiras dorsais, não possui predadores naturais e se reproduz rapidamente. A pesquisa do Labomar encontrou os animais em água rasa e banhistas precisam tomar cuidado.

Além disso, o peixe-leão é considerado uma das espécies mais invasoras e de risco global. Ele se alimenta de invertebrados, como camarões. É um peixe agressivo, além de ser peçonhento, e possui 18 espinhos venenosos capaz de provocar acidentes.

Peixe-leão tem 18 espinhos venenosos  — Foto: Fábio Borges/Acervo pessoal
Peixe-leão tem 18 espinhos venenosos — Foto: Fábio Borges/Acervo pessoal

O trabalho foi liderado pelo professor do Labomar, Marcelo Soares. Ele explicou que a espécie peixe-leão é uma grande ameaça por ser predadora de outros peixes e invertebrados marinhos. Como o peixe-leão não tem predadores naturais, a espécie se reproduz rapidamente e é considerada uma das espécies invasoras de maior risco global, sendo capaz de causar elevados prejuízos ambientais e socioeconômicos.

“Além disso, por sobreviverem em diferentes habitats e alcançarem grandes profundidades (de 1m a 100m), o manejo das populações invasoras é difícil. Mesmo com programas de capturas intensas em zonas rasas, visto que a espécie pode se reproduzir em águas mais profundas, o controle tem sido um desafio no Caribe e no Mediterrâneo, onde a espécie já é invasora”, acrescenta o pesquisador.

Orientação sobre aparições

 

O professor orientou ainda para o caso de alguém avistar ou ter informações sobre o peixe-leão no Brasil. O procedimento correto é repassar os dados através do Sistema Integrado de Manejo de Fauna (SIMAF) do IBAMA ou entrar em contato com o Programa Cientista-Chefe da Secretaria do Meio Ambiente (SEMA) do Ceará ([email protected]).

Predador e agressivo, o peixe-leão se reproduz rapidamente e é considerado de uma das espécies invasoras de maior risco global. — Foto: Labomar/UFC/Reprodução
Predador e agressivo, o peixe-leão se reproduz rapidamente e é considerado de uma das espécies invasoras de maior risco global. — Foto: Labomar/UFC/Reprodução

“Se você é um pescador, não devolva o peixe-leão para o mar. Busque os órgãos competentes e informe o acontecido, pois é preciso monitorar essa espécie. Também ressaltamos que o peixe-leão é venenoso, podendo inocular veneno pelas nadadeiras dorsais e, por isso, não deve ser manipulado sem proteção. Indicamos para mais informações o guia elaborado pelo ICMBio”, destaca Marcelo.

Além disso, os pesquisadores chamam a atenção para uma necessidade urgente de ação do Governo Federal via IBAMA e ICMBio no mar brasileiro em parceria com universidades, Marinha do Brasil, ONGs, comunidades costeiras, pescadores, mergulhadores, Governos do Estado e Municípios para o combate imediato a essa espécie, em especial nos municípios relatados e em novos locais para fins de prevenção.

Nordeste Notícia
Fonte: SVM

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