Segundo o Sindilivros, o aumento é maior que o registrado em 2021, de 6%. Adoção de materiais próprios das escolas aumentam custos das editoras

Legenda: Procura por materiais didáticos já começou mas deve aumentar nos próximos meses Foto: Gustavo Pellizzon

Para além do reajuste de matrículas e mensalidades nas escolas, os materiais didáticos também têm alta prevista para 2022. De acordo com o Sindicato do Comércio Varejista de Livros do Estado do Ceará (Sindilivros), é previsto um reajuste entre 8% e 10% nos livros.

 

 

 

 

 

 

Considerando os dados de outubro, o livro didático acumula variação de 2,62% em 12 meses em Fortaleza. Considerando o âmbito do Brasil, a alta é de 1,43%.

Segundo o presidente do Sindilivros, João Frota, muito da alta no preço dos livros de editoras vem devido às escolas estarem adotando cada vez mais sistemas próprios de ensino.

Livrarias e papelarias sentem o impacto da pandemia no faturamento, mas a alta que chega aos consumidores é repassada diretamente pelas editoras.

A procura pelos materiais didáticos já começou e deve se intensificar nos próximos dois meses, à medida que mais escolas divulgam a lista de livros para o ano que vem.

Aumento nos preços

Conforme João Frota, o maior grau de reajuste nos livros vem ocorrendo já há alguns anos e deve ser uma tendência para os próximos anos. A pandemia veio apenas agravar essa crise.

“O motivo maior é que os colégios hoje fazem seus próprios materiais. Como vai ficando uma tiragem menor para as editoras, o preço vai aumentando”, explica.

O presidente do sindicato afirma que os reajustes não ocorrem de forma homogênea para todas as faixas etárias. A tendência é que os livros de ensino médio fiquem mais caros, já que há uma maior parcela de direitos autorais nos conteúdos.

João destaca que todo o reajuste das editoras deve ser repassado de forma integral aos pais.

“Nós do Sindilivros e donos de livrarias e papelarias estamos em um momento muito crítico para o setor, lutamos, mas não vimos uma melhora, cada ano sempre uma piora”, lamenta.

Dificuldade de passar prejuízos

O setor de livrarias foi um dos que mais sofreu no estado com a pandemia. De acordo com os dados de agosto deste ano da Pesquisa Mensal do Comércio do Estado do Ceará, livros, revistas e papelaria têm queda acumulada de 28,6% no consumo em um ano.

Segundo a analista administrativa da Livro Aberto Distribuidora de Livros, Ilda Sales, a livraria no Centro de Fortaleza teve redução de 40% do faturamento em 2021, mas não há como repassar aos consumidores esses prejuízos no preço do livro didático.

“[Reajuste de] livro é feito de tabela pela distribuidora, é a própria editora quem define e a gente repassa para o cliente, cabe à gente correr atrás para faturar mais. Não dá para ofertar um livro por um preço maior e o cliente encontrar depois por outro, tem que trabalhar tudo com o mesmo valor”, justifica.

Segundo ela, as tabelas de preços já foram reajustadas para 2022, e os pais estão começando a ligar para a loja em busca de orçamento.

“A expectativa é que 2022 seja bem melhor, que melhore a questão das vendas. Não vai conseguir chegar igual a 2019, mas que melhore”, espera.

A CDMax, na Aldeota, vem sentindo uma queda de faturamento desde ano passado e uma perda de clientes por conta de sistemas de ensino próprios de escolas.

O prejuízo deve ser melhor mensurado no final do ano, mas a responsável pelo setor de livros na papelaria, Flávia Cristina Melo, estima que pode até passar de 20%.

De acordo com Flávia, os reajustes que chegaram à CDMax estão no padrão que normalmente ocorre todos os anos. Ela conta que algumas editoras inclusive reprimiram o reajuste em solidariedade aos pais.

“A gente vai saber mesmo em dezembro, que é quando vão soltar tudo, vamos estar com tudo precificado e vamos saber se as editoras não vão impor nada novo durante o período”, avalia.

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