Um subtenente da Polícia Militar foi preso suspeito de matar o vizinho de 18 anos a tiros e balear um amigo da vítima na Rua Antero Quental, no Bairro Paupina, em Fortaleza, na noite deste sábado (6).
Testemunhas disseram à reportagem do Sistema Verdes Mares que, após o crime, o policial sofreu uma tentativa de linchamento, se trancou em casa e só se entregou após negociação com agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope). (veja o vídeo da movimentação da polícia no local do crime)
A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informa que a Polícia Civil apura as circunstâncias de um homicídio seguido de lesão corporal. Na ocasião, conforme a pasta, um subtenente da Polícia Militar, de folga, disparou contra duas pessoas que estavam em uma motocicleta. Um rapaz de 18 anos não resistiu aos ferimentos e faleceu no local. Outro homem, de 26 anos, também foi atingido.
Equipes das Forças de Segurança foram acionadas e conduziram o militar para o 30º Distrito Policial (DP), onde ele foi autuado em flagrante por homicídio e em seguida, recolhido para o Presídio Militar. Uma equipe do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e a Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) também estiveram no local. Testemunhas foram ouvidas e as equipes da Polícia Civil seguem com as investigações sobre o caso.
Jovem chegava em casa com amigo quando foi atacado
Conforme testemunhas, Diogo Lima dos Santos chegava em casa de motocicleta com um amigo quando os dois foram atacados pelo militar, que atirou várias vezes contra os jovens. Diogo não resistiu aos ferimentos e morreu no local. Já o amigo dele, que não teve a identidade revelada, foi socorrido para o hospital com um tiro na perna.
Diogo morava em frente à casa do PM. Segundo a tia de Diogo, Maria Ivoneide dos Santos, o agente era amigo do jovem. Os dois costumavam sair juntos e o ataque foi sem motivo.
“Ele era amigo dele, iam juntos para jogo do Fortaleza, levava para a praia, levava para tudo. Por mais louco que ele estivesse, matar o amigo dele? […] Tem que ter justiça! Há muito tempo que esse policial traz problema, só que nunca ninguém fez nada, todo mundo ficou calado, abafando o caso e agora olha o que aconteceu, ele atirou por atirar”, relata a tia da vítima.
A mãe do jovem morto mora em uma casa que pertence ao policial e é inquilina do agente há 11 anos. Diogo deixa a mulher grávida e uma filha de quatro anos.
Negociação com o Bope
Após o crime, a população tentou invadir a casa do policial, que ficou trancado na residência armado. Uma equipe do Bope foi acionada para negociar com o agente, que se entregou após mais de duas horas de negociação.
O PM deixou o local sem algemas e foi sentado no banco de trás do carro da policial. “O policial matou meu sobrinho sem ele fazer nada. E esta aí, saiu sentado no banco de trás, os policiais ignorantes com a gente, como se a gente fosse os bandidos e ele o inocente”, disse Maria Ivoneide, tia da vítima.