Polícia do Ceará apresenta resultado de investigações de quadrilha que sequestrava gerentes e ameaça familiares para roubar bancos — Foto: Paulo Sadat/SVM
Polícia do Ceará apresenta resultado de investigações de quadrilha que sequestrava gerentes e ameaça familiares para roubar bancos — Foto: Paulo Sadat/SVM

Seis pessoas foram presas, e mais de R$ 100 mil roubados de agências bancárias de Fortaleza foram apreendidos, em ação da polícia que desarticulou o núcleo de uma organização criminosa interestadual especializada em roubos a instituições financeiras. As investigações contra o grupo ocorrem há cerca de um ano, mas foram divulgadas nesta terça-feira (22). A prisão mais recente foi na última quarta-feira (16).

Além do chefe do grupo, outros cinco homens, a maioria com passagens pela polícia por diversos crimes, foram capturados em Fortaleza, Maracanaú, na Região Metropolitana de Fortaleza, e no estado de Pernambuco. As prisões aconteceram entre outubro de 2019 e a última quarta-feira (16). A polícia acredita que os homens integram apenas um núcleo do grupo criminoso. As investigações continuam.

“Essa quadrilha inovou no método utilizado, trouxe uma modalidade de ação, hoje, conhecida como “bom dia”. Em alguns estados isso já está sendo percebido como uma ação nova, que, infelizmente, nós fomos os pioneiros aqui no Ceará. Consistiu na chegada ao banco antes dos funcionários, com a rendição do gerente, do vigilante, com toda uma estrutura de acompanhamento e segurança, patrocinada pela quadrilha, na parte externa da agência”, detalhou o delegado titular da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), Rommel Kerth.

O grupo estudava a rotina de gerentes e outros funcionários de empresas financeiras, além de familiares das vítimas, depois realizava o sequestro das vítimas para ter o acesso facilitado às agências.

A polícia suspeita do envolvimento de vigilantes de empresas de transportes de valores, que seriam responsáveis por repassar informações privilegiadas aos criminosos.

Sequestro frustrado de gerente

As investigações começaram após o sequestro de um gerente de empresa de valores ocorrido em outubro do ano passado, no Bairro Coaçu, em Fortaleza. Os criminosos interceptaram o veículo do funcionário, o algemaram e levaram para um cativeiro em Aquiraz. No entanto, o plano teve de ser abortado e a vítima foi liberada.

Segundo Kerth, com essa ação, os criminosos pretendiam realizar um roubo milionário.

Usavam paletó e gravata

Preso um dos bandidos mais perigosos do Ceará
Preso um dos bandidos mais perigosos do Ceará

Dias depois, os suspeitos assaltaram uma agência no Bairro Pajuçara, em Maracanaú. Eles renderam os funcionários quando estes abriam a agência. Vestidos com paletó e gravata, e armados com fuzis AK-47 e AR-15, os suspeitos iam rendendo cada funcionário e cliente que chegava ao local. Após esse crime, dois integrantes do grupo foram presos.

Os criminosos ameaçavam os funcionários e as famílias das vítimas.

“Sabiam onde os filhos estudavam, sabiam onde os parentes moravam, quem eram os cônjuges, placas dos veículos. Foi uma forma de intimidar qualquer tipo de reação”, acrescentou o delegado Rommel Kerth.

Chefe preso em Pernambuco

Ainda em outubro, o chefe da organização, conhecido como “Chicó” e considerado foragido da Justiça do Ceará com três mandados de prisão em aberto, foi capturado em Santa Cruz do Capibaribe, em Pernambuco. O comparsa dele também foi preso no local.

Em março deste ano, o quinto integrante do grupo foi localizado, e, na última quarta-feira (16), o sexto suspeito, conhecido como “Cazuza” e apontado como um dos olheiros do grupo, foi capturado. Ambos presos em Maracanaú.

O Cazuza trabalhava nos corredores das Centrais de Abastecimento do Ceará S/A (Ceasa-CE), e ficou responsável por observar a movimentação de funcionários de uma agência bancária próxima ao local, acompanhando os carros e a rotina das vítimas, de acordo com a polícia.

Furto em Aratuba

A polícia ainda investiga a ligação desse grupo com criminosos presos por furto qualificado a uma agência de Aratuba, no interior do Ceará, no último dia 6 de setembro. Quatro funcionários que trabalham na vigilância de transporte de valores foram presos.

Eles confessaram à polícia que haviam abastecido os caixas do banco de Aratuba e, na ocasião, desviaram a maior parte do dinheiro, cerca de R$ 400 mil. Após o furto, os funcionários contrataram pessoas para atear fogo à agência, tentando despistar a polícia.

De acordo com delegado geral da Polícia Civil no Ceará, Marcus Rattacaso, até setembro deste ano houve sete ações criminosas contra instituições financeiras no Ceará. Em 2019 e 2018, foram 14 e 41 casos registrados, respectivamente.

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