O governador Camilo Santana divulgou nesta quarta-feira (23) um investimento de R$ 439,2 milhões para obras de esgotamento sanitário e distribuição de água em Fortaleza, na Região Metropolitana e em municípios do interior. Mais de R$ 300 milhões serão aplicados somente na capital, em reformas da rede de esgoto, de estações de tratamento de água e na melhoria da distribuição do recurso hídrico. O montante tem financiamento do Banco do Nordeste (BNB).
Em Fortaleza, domicílios dos bairros Passaré, Mata Galinha, Dias Macedo e Castelão, localizados em uma das áreas mais pobres da capital, receberão 1.342 ligações à rede de esgotamento sanitário. Cerca de R$ 8,4 milhões serão investidos nas obras de saneamento básico
De acordo com o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, “o investimento”, destinado por União e Estado, “mexe com as populações mais vulneráveis, tira as pessoas da lama e impacta diretamente na saúde. Leito e hospital são muito importantes, mas tirar água e esgoto da porta de casa também previne problemas de saúde.”
“Nas avenidas Beira Mar e na Leste Oeste, temos dificuldades com grandes receptores. O investimento inclui a solução dessa problemática. Temos demanda antiga no Conjunto Palmeiras e Planalto Palmeiras, que também será resolvida, contemplando 100% das regiões, cerca de 46 mil habitantes”, estima Neuri Freitas, presidente da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece).
Outros municípios como Maracanaú, na Região Metropolitana de Fortaleza; Juazeiro do Norte e Milagres, na Região do Cariri; Mauriti, no Sul do Ceará; e Itapipoca, ao Norte, também receberão parte dos recursos para as intervenções.
Saneamento
Dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), baseados em 2018, mostram que mais de 3,6 milhões de pessoas não possuem acesso à água no Ceará, o que corresponde a 41% da população. Outras 6,5 milhões não contam com coleta de esgoto, cerca de 74% dos habitantes. Os números foram compilados pelo Painel Saneamento, do Instituto Trata Brasil.
Já na capital cearense, são 599.781 pessoas sem acesso à água tratada, e mais de 1,3 milhões sem coleta de esgoto – ou cerca de 50% da população, conforme levantamento do SNIS 2018, o mais recente divulgado sobre o assunto. Em novembro de 2019, a Cagece informou, em nota ao G1, que “a cobertura de água em Fortaleza estava em 98,63%, e a de esgoto, em 62,39%”.
Nordeste Notícia
Fonte: SVM