Clarice Maia morreu nas águas do açude Araras, em Varjota, durante um passeio de moto aquática com uma amiga. — Foto: Arquivo pessoal
Clarice Maia morreu nas águas do açude Araras, em Varjota, durante um passeio de moto aquática com uma amiga. — Foto: Arquivo pessoal

A jovem Alice Alves, que estava em uma moto aquática com a amiga que morreu afogada após cair do veículo em um açude de Varjota, no Ceará, disse ao G1 que o acidente “foi desesperador”. Alice afirmou que a amiga não sabia nadar e que elas estavam sem colete.

“Só o que posso contestar é que foi desesperador […] a gente estava muito feliz se divertindo, nunca poderíamos imaginar essa fatalidade”, conta Alice. “Afundamos juntas. Eu com muito sacrifício voltei e ela não voltou mais. O jet [moto aquática] parou muito longe. Estávamos sem colete”, afirmou.

O corpo da jovem Clarice Maia Rodrigues, 18 anos, foi encontrado na manhã desta terça-feira (22), pelos bombeiros. Ela estava desaparecida desde o domingo (20). O corpo foi encontrado a 15 metros de profundidade no mesmo açude.

Segundo Alice, a amiga era quem pilotava a moto aquática e ela não tinha habilitação. Ela também relata que, quando as duas entraram na água, chegou a recomendar para a amiga que, caso elas caíssem, que Clarice tentasse boiar no açude.

“Ela ia dirigindo, mas não tinha carteira nem sabia nadar […] quando fomos na água, ela disse que ia devagar e ainda recomendei que se caíssemos, ela empurrasse o corpo dela para cima e boiasse”, relata a jovem, que também fala sobre o momento em que as duas caíram na água.

Nervosismo

Conforme Alice, após perceber que estava se afogando, Clarice ficou nervosa e começou a se “debater”. “O jet (moto aquática) ficou muito muito longe. Ela caiu do meu lado. Tentamos nos conter ainda por uns três minutos se debatendo. Ela estava muito nervosa e ficava me empurrando para baixo. Bebi muita água”, disse.

Alice conta que quando percebeu que estava se afogando, tentou jogar o próprio corpo para a superfície da água e começou a procurar por Clarice, que já havia desaparecido no açude. “Me deu um ataque de nervos. Fui jogando meu corpo para cima da água para boiar e ver se via ela, mas era um silêncio tão grande que nem a zoada (barulho) da água eu escutava”, conta.

“Foi uma coisa assim que parece que já estava prescrito acontecer. E Deus me usou para não morrer mais pessoas porque da nossa turma de meninas, a única que sabia nadar era eu. A tragédia podia ser pior. E eu fiz de tudo [salvar a amiga] mais não consegui”, relata.

Nordeste Notícia
Fonte: G1

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