As atividades do transporte intermunicipal no Ceará foram retomadas nesta sexta-feira (10), com operação reduzida em até 20% e baixa movimentação de passageiros. Mesmo com a disponibilização do serviço, a movimentação registrada na manhã de hoje no Terminal Rodoviário de Fortaleza foi reduzida. Em Sobral, na região Norte do Estado, o terminal rodoviário se manteve fechado, pois a cidade está cumprindo isolamento social rígido, o chamado lockdown.
De acordo com o administrador dos terminais rodoviários de Fortaleza, Newton Fialho, a baixa circulação de pessoas no terminal da capital se deve a fatores como a própria redução da frota e à falta de horários disponíveis para cidades onde há lockdown.
“Esse começo será gradativo, entre 10% e 20% da operação. Por isso, é importante o passageiro entrar no site [www.rodoviariafortaleza.com] para saber se já tem ônibus operando para o destino que ele deseja”, orienta Fialho.
Ele acrescenta ainda que, ao contrário do comércio, para o qual houve uma “corrida” dos consumidores tão logo o funcionamento das lojas foi liberado, o transporte municipal não tem uma demanda reprimida. Portanto, a demanda não é alta. “Na rodoviária, a gente sabe que quem teria que viajar, viajou de outra forma, não vai esperar pelo ônibus”.
Devido ao lockdown, o Terminal Rodoviário de Sobral manteve suas portas fechadas nesta sexta (10) — Foto: Mateus Ferreira/SVM
Protocolo sanitário
A liberação do transporte intermunicipal foi anunciado pelo governador Camilo Santana, no sábado (4), durante a divulgação do novo decreto de retomada econômica do Estado.
Segundo ele, as empresas que voltam a operar entre os municípios deverão seguir um “rigoroso protocolo sanitário”.
“O tempo da pandemia em cada região tem sido diferente. É obrigatório o uso da máscara e proibido aglomeração. É importante que as pessoas cumpram essas determinações para que a gente possa continuar avançando nas fases de abertura”, destacou Camilo sobre as viagens.
Newton Fialho, por sua vez, garante que todas as medidas sanitárias prevista no decreto estão sendo adotadas para garantir o retorno seguro do usuário do transporte intermunicipal de Fortaleza.
“Desde o início da pandemia, foi lançado um programa de biosegurança nos terminais rodoviários administrados pela Socicam e também o Embarque Seguro, que é um programa para garantir o retorno dos passageiros ao terminal”, endossa.
Dentre as medidas sanitárias seguidas estão a distribuição de álcool em gel, a instalação de pias para lavagem das mãos, a obrigatoriedade do uso geral de máscaras, limpeza, desinfecção e limpeza mais intensificada dos sanitários, colagem de adesivos para o distanciamento social, entre outras.
Os cuidados, conforme Fialho, se estendem aos ônibus. Dentro dos veículos estão sendo realizadas higienizações mais frequentes e a aferição da temperatura dos passageiros durante o embarque. O uso da máscara também é exigido.
Transporte intermunicipal foi um dos primeiros setores paralisados no primeiro decreto, em 23 de março — Foto: Natinho Rodrigues
O transporte intermunicipal foi um dos primeiros setores paralisados no primeiro decreto, em 23 de março, pela compreensão de que, com o início da pandemia em Fortaleza, havia o risco de disseminação para outras cidades do Interior.
Atualmente, a doença já chegou aos 184 municípios cearenses. O número de infecções por Covid-19 no Estado é de 131.324, com 6.774 mortes, conforme dados da plataforma IntegraSUS, atualizados pela Secretaria de Saúde.
No período de março a maio, o número de passageiros com embarque na Rodoviária de Fortaleza chegou a cair 70%, de acordo com a administradora do equipamento. As pessoas passaram a recorrer a aplicativos de transporte ou a caronas com familiares.