Integrantes do Instituto Cigano do Brasil, presidido pelo cearense Rogério Ribeiro, movimentam-se para participar do desfile de carnaval da escola de samba Pérola Negra, em São Paulo, que homenageará a comunidade cigana.
Com o enredo “Bartali Tcherain – A estrela cigana brilha na Pérola Negra”, a Pérola Negra, da Vila Madalena (SP), será a primeira a participar da programação do Grupo Especial do carnaval de São Paulo, no dia 22 de fevereiro.
A ideia do instituto é levar em torno de 40 a 50 ciganos do Ceará para o desfile no Anhembi (SP). O grupo busca apoio junto à Secretaria da Cultura do Ceará, às prefeituras de Fortaleza e Sobral (CE), dentre outras instituições públicas, a fim de possibilitar a logística. O Ceará tem cerca de 20 mil ciganos.
“Também temos mobilizado ciganos da Bahia, Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte, São Paulo mesmo, Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul”, situa Rogério.
O grupo deve participar da última ala do desfile da Pérola Negra. A escola da Vila Madalena sairá na avenida com 5 alegorias, distribuídas em 25 alas, como é de praxe no regulamento.
“No final, vamos mostrar a chegada do povo cigano em território brasileiro e uma romaria de agradecimento a Santa Sara Kali (padroeira da comunidade cigana). Logo atrás desse carro, vamos trazer a grande comunidade, todos eles com a bandeira e suas roupas”, detalha o carnavalesco Anselmo Brito.
Rogério acrescenta que os ciganos da etnia calon vão compor essa ala junto aos “roms”. Todos estarão vestidos a caráter, sem fantasias. O enredo será todo voltado ao povo cigano, destacando suas manifestações culturais como artesanato, dança, música e quiromancia (leitura de mãos).
A escolha do tema, vencedor dentre oito possibilidades da escola de samba paulistana, teve origem em uma promessa feita por Anselmo Brito a Santa Sara Kali. O carnavalesco estava na escola Camisa Verde e Branco, passava por um momento difícil, e conheceu uma cigana, chamada Fátima.
“Pedi uma luz. Ela disse que aquele momento não era pra minha estrela brilhar. Que só brilharia quatro anos depois, e que aí eu fizesse uma homenagem à comunidade cigana. Daí fomos campeões com a Verde e Branco, no meu quarto Carnaval com eles. E ali me recordei da promessa que fiz”, conta Anselmo.
Nordeste Notícia
Fonte: SVM