O secretário da Administração Penitenciária (SAP), Luiz Mauro Albuquerque, afirmou nesta sexta-feira (25), que o estado “não irá retroceder” no rigor das ações adotadas dentro dos presídios cearenses. Albuquerque disse que manterá as medidas no sistema penitenciário em resposta à série de ataques criminosos ocorridos no Ceará desde o dia 2 de janeiro.

De acordo com Albuquerque, a situação das unidades prisionais cearenses está “dentro da normalidade”, mas apenas algumas delas estão recebendo visitas normalmente. “Onde está tendo alguma movimentação de [internos] quererem dar comando pra rua, através dos visitantes, [as visitas] estão suspensas até terminarem os ataques”, informou.

“Eu sei é que toda vez que tiver uma ação criminosa, vai ter uma reação maior do Estado: quanto mais eles fizerem, mais a gente vai endurecer dentro do sistema penitenciário”, afirmou o secretário.

Desde o início das ações criminosas, ocorreram 253 ataques contra ônibus, carros, prédios públicos, prefeituras e comércios em 50 dos 184 municípios cearenses. Os crimes começaram em Fortaleza e se espalharam para a Região Metropolitana e diversas cidades do interior. A Secretaria da Segurança Pública do Ceará confirmou que 430 pessoas já foram detidas por envolvimento nas ações criminosas.

Ações criminosas começaram em 2 de janeiro — Foto: Arte/ G1

Ações criminosas começaram em 2 de janeiro — Foto: Arte/ G1

Os ataques no Ceará começaram após uma declaração do secretário Mauro Albuquerque de que “não reconhece facções” no estado. Áudios compartilhados entre membros de facções do Ceará revelaram que as ordens para as ações criminosas partiram de presidiários. Em um dos áudios, um detento diz que a sequência de crimes é uma tentativa de fazer com que o secretário desista de medidas que tornaram mais rigorosa a fiscalização no sistema penitenciário.

Reforço

Desde a última terça-feira (22), agentes da Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária desembarcaram no Ceará para atuar dentro dos presídios, quantitativo que deve aumentar, conforme Mauro Albuquerque.

“Estou esperando mais um reforço do Depen (Departamento Penitenciário Nacional). Espero que eles mandem, porque essa é a hora para a gente conseguir fazer isso mais rápido”, afirmou.

Albuquerque também destacou a necessidade de a população “ficar tranquila” e contribuir com o trabalho das forças de segurança, sobretudo após ser sancionada a “Lei da Recompensa”.

“Nosso maior apoio está na população, ela é a maior vítima, mas o maior aliado. Todos eles sabem onde tem um foragido, uma boca de fumo, então denuncie. Denuncie. É totalmente seguro, porque a gente vai lá buscar e vai cuidar dentro do sistema penitenciário”, disse

“Não fique refém da bandidagem, é esse o momento que as pessoas de bem têm que virar esse jogo. É dever da Segurança e responsabilidade de todos. Se todo mundo que sabe denunciar, a gente consegue limpar essa cidade rapidinho”, completou.

As denúncias, com sigilo garantido, podem ser realizadas por meio do 181, o Disque Denúncia da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Estado (SSPDS).

Nordeste Notícia
Fonte: G1
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