Auricélio Sousa Freitas, de 35 anos, o ‘Celim’, é acusado de ser um dos líderes da facção local GDE.
Auricélio Sousa Freitas, de 35 anos, o ‘Celim da Babilônia’, tido pela Polícia como um dos fundadores da facção criminosa Guardiões do Estado (GDE), aguarda ser transferido de presídio. A Justiça acatou o pedido de recambiamento da defesa do preso, que alega que o cliente tem sofrido ameaças de morte dentro do Sistema Penitenciário.
Entre outros crimes, ‘Celim’ é suspeito de ser um dos mandantes da ‘Chacina das Cajazeiras’ – a maior matança da história do Estado, com 14 vítimas – e de chefiar a expulsão de dezenas de famílias de suas residências, na periferia de Fortaleza. Após ser detido pela Polícia Militar na posse de um veículo blindado, no dia 11 de julho deste ano, ‘Celim’ foi levado ao Centro de Triagem e Observação Criminológica (CTOC), em Aquiraz, e depois transferido ao Centro de Detenção Provisória (CDP).
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Na CDP, o líder da GDE estaria em uma cela individual, em uma rua que abriga “todos os tipos de presos pertencentes a tudo que não presta, para não dizer facção, ameaçando quebrar uma parede de isopor que separa ele dos demais detentos, numa verdadeira aventura de vida, não se sabe até quando isso vai ocorrer, com certeza é questão de tempo, se não for tomada uma providência urgente”, segundo petição enviada pelo advogado do criminoso ao Poder Judiciário.
O documento diz que, devido às informações divulgadas pela Polícia sobre a atuação criminosa do suspeito, ele “passou a ser um custodiado de grande repercussão” e os outros detentos proferem ameaças a ele durante todo o dia.
Predominância
A reportagem apurou que há certa predominância no domínio da organização criminosa Comando Vermelho (CV) – rival da GDE – na unidade prisional. A defesa pede que ‘Celim’ seja transferido “o mais rápido possível” para qualquer outra unidade prisional que abrigue prioritariamente simpatizantes da facção GDE, com o objetivo de resolver o problema de sua segurança, enquanto estiver sob a custódia do Estado.
Ainda segundo a petição enviada à Justiça, o homem apontado como fundador de uma facção criminosa foi acometido por transtornos psicológicos, por causa das ameaças sofridas no cárcere, e tentou até suicidar-se.
Ao analisar o pedido, o juiz Fernando Antônio Pacheco Carvalho Filho, da Corregedoria dos Presídios e Estabelecimentos Penitenciários da Comarca de Fortaleza, decidiu, no último dia 12 de setembro, que o diretor do Centro de Detenção Provisória deve providenciar a transferência “para garantir a integridade física e moral do interno”. Entretanto, ainda não foi encontrada uma vaga em outro equipamento para a custódia de ‘Celim’.
O magistrado do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) contextualizou, na decisão, que “o referido Centro (prisional) possui vagas rotativas, para que os presos transferidos das delegacias fiquem recolhidos, até que seja feita a análise do perfil de cada um, e respectivamente, a indicação do estabelecimento prisional adequado, obtendo-se assim um mapeamento do interno no sistema prisional”.
Quando ‘Celim’ foi preso, um servidor da Polícia Civil afirmou que seria um risco deixar o líder da facção até mesmo ao lado de outros membros do grupo. “O ‘Celim’ estava agindo para impressionar, manter o poder. Aterrorizava mesmo. No presídio vai ser do mesmo jeito.