Energia: cearense acusa Aneel de cobrar mais caro dos nordestinos

Especialista em energia – é o dono da Gram Eollic, que opera no desenvolvimento de projetos para o setor – o engenheiro cearense Fernando Ximenes informa, em tom de denúncia, que “mais de 90% das termelétricas brasileiras estão gerando menos do que o programado”.

Ele revela que, aqui no Ceará, as termelétricas Fortaleza, com 327 MW de  capacidade, e Termo Ceará, com 220 MW de potência, ambas localizadas no Pecém, “estão paradas sem nada gerar, conforme boletim do ONS (Operador Nacional do Sistema) do último domingo, 23”.

Por sua vez, a maior termelétrica do Ceará, a Pecém I, com 720 MW de potência, “está gerando apenas 194 MW, ou seja, 46% a menos do que os 360 MW programados e só 26,94% do fator de potência; e a Pecém II, com 365 MW de capacidade, está gerando apenas 281 MW, isto é, 23% a menos do que o programado com 76,98% de fator de potência”.

Fernando Ximenes diz, ainda, que, “se olharmos o SIN – Sistema Interligado Nacional – a projeção é similar, pois apenas 23,62%  da geração da energia elétrica brasileira é são oriundos do Termo Convencional, assim distribuídos: 13,06% de eólica; 0,69% de geração solar que nem está registrado ainda nos gráficos do ONS; 46,92 de geração hidráulica; e 11,96% da Itaipu Binacional”.

Ele acrescenta: “No Sub-Sistema Nordeste, conforme o boletim da ONS do dia 23, a energia eólica abasteceu  60,61%  do Nordeste; a  hidráulica 16,45%; a termelétrica 23,49%, e a geração solar não pontuou, gerou menos de 1 GW”.

Depois de listar as informações acima, Ximenes faz três observações:

1 – Onde está o acionamento de termoelétricas no Brasil de que o Governo Federal tanto fala nos boletins de energia da ONS? Entre a geração programada e a verificada, os porcentuais estão negativos.
2- No caso do Estado do Ceará, a geração termelétrica também não é diferente. Apenas 475 MWh médios estão sendo gerados. Se é assim, por que os cearenses estão pagando hoje bandeira vermelha, se a geração eólica do Estado é maior do que a das termelétricas?
3- No caso da região Nordeste, também os números são contraditórios. As usinas eólicas, cujo custo de operação é metade do das termelétricas, estão gerando 60,61% do consumo nordestino contra 23,49% da geração térmica, que além de mais cara é mais poluente.
“Então, diante de tudo isso, por que os nordestinas pagam hoje tarifa de bandeira vermelha”, pergunta e conclui Fernando Ximenes. 
Nordeste Notícia
Fonte: Diário do Nordeste/Egídio Serpa
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