O candidato ao Senado Eunício Oliveira (MDB) terá de se contentar com o apoio público somente de Camilo Santana (PT) e Cid Gomes (PDT).
O prefeito de Fortaleza e presidente municipal do PDT, Roberto Cláudio, disse, nesta terça-feira (14), que seu trabalho será em prol das candidaturas de Ciro Gomes (PDT) à presidência da República, de Camilo Santana (PT) ao Governo do Estado e de Cid Gomes (PDT) ao Senado. A declaração foi dada durante visita às obras de restauração do Teatro São José.
Sobre os candidatos ao Senado, Roberto Cláudio não fez referência a Eunício Oliveira, tratado por aliados como candidato informal na segunda vaga da chapa majoritária com Camilo e Cid. “Aqui no Ceará, o nosso propósito é Camilo para o governo e Cid para o Senado”, disse o prefeito durante entrevista à imprensa.
Em 2012, quando eleito prefeito pela primeira vez, RC teve como vice Gaudêncio Lucena, que se afastou do cargo e ficou isolado após Eunício tornar-se adversário do grupo nas eleições estaduais em 2014. Em 2018, Gaudêncio concorre como suplente de Eunício no Senado.
O prefeito tem seguido a linha de Ciro Gomes dentro do PDT. Na segunda-feira (13), Ciro reforçou a hostilidade a Eunício e disse que “vota em Cid e vai procurar outro candidato” em relação às vagas de senador. O presidenciável foi defensor de que o partido indicasse o presidente estadual do PDT, André Figueiredo, à segunda vaga.
Na quinta-feira (16), Roberto Cláudio vai reunir o PDT para definir estratégias do Movimento 12, no que o grupo político chama de “mobilização do triplo C”, em referência a Ciro, Camilo e Cid.
Aliança informal
O governador Camilo Santana tem sido o principal fiador da reaproximação com Eunício. Ele tem feito declarações e aparições públicas em prol do ex-adversário. O petista tem desafiado até mesmo o diretório nacional do PT, que é contra a relação.
Na quarta-feira (10), em entrevista ao Focus.Jangadeiro, Cid Gomes disse que vai “recomendar voto em Eunício em homenagem a Camilo”. Na ocasião, ele afirmou que trabalhou para que a aliança não se tornasse formal, mas defendeu a reaproximação.
“A relação na política é complexa e leva em conta um conjunto enorme de fatores”, disse. Cid citou a aliança com Eunício em 2010 e a disputa pelo governo do Estado em 2014 que os colocou em lados opostos. No entanto, após a saída do PT do Governo Federal, o Governo do Ceará e a Prefeitura de Fortaleza teriam tido dificuldades em conseguir apoio. Por isso, Camilo e Roberto Cláudio tiveram de recorrer a Eunício, presidente do Senado e nome influente do MDB.
Outra posição contrária a Eunício é a da irmã de Cid e Ciro, Lia Ferreira Gomes, candidata à deputada estadual. Ela chegou a pedir “pelo amor de Deus” que no Ceará “não votem em ninguém que começa com 15”. “Nem senador, nem presidente, nem deputado federal, nem deputado estadual, nenhum presta”, atacou, em encontro com produtores rurais na cidade de Varjota, no interior do Estado.