Os ataques a ônibus nos últimos cinco dias de julhocolocaram Fortaleza em 1º lugar no ranking das cidades brasileiras com o maior número de coletivos incendiados com perda total em 2018. O levantamento foi feito pela Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU). Ao todo, foram 19 coletivos incendiados sem recuperação.
Após a onda de ataques do mês de março, Fortaleza ocupava o 2º lugar, atrás apenas do Rio de Janeiro (RJ), o mesmo cenário de 2017. Na época, a capital cearense contabilizava 6 coletivos, enquanto Rio de Janeiro e Duque de Caxias tinham 9 e 6 casos, respectivamente.
Os atentados dos últimos dias mudaram o ranking. Fortaleza tem a companhia de Uberlândia com 19 coletivos incendiados durante este ano. Logo depois está Belo Horizonte (18), que também sofre com ataques ordenados por facções criminosas, de acordo com a Polícia Civil de Minas Gerais.
Na Região Metropolitana de Fortaleza, os ataques da última semana foram causados em represália à operação policial que resultou na morte de três ladrões de banco, na quinta-feira (26) passada.
Na atualização de julho, o Rio de Janeiro não apareceu na lista das três cidades com mais casos. Nos sete primeiros meses do ano, 15 ônibus foram atacados na cidade, segundo a Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor). Desse total, apenas um veículo foi recuperado.
Em todo o Estado do Rio, 29 ônibus foram atacados. Três foram recuperados e retornaram à circulação.
Já o número total de ônibus incendiados em Fortaleza em 2018 foi de 32 veículos, sendo 13 com danos parciais.
Prejuízos para os brasileiros
O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus) ainda não soube informar o prejuízo financeiro causados pelas represálias de organizações criminosas na Grande Fortaleza.
Entretanto, a NTU aponta que os ataques nas cidades brasileiras causaram um prejuízo de R$ 58 milhões nos primeiros seis meses de 2018 em custos para repor os coletivos incendiados. De 2004 a junho deste ano, as empresas precisaram desembolsar cerca de R$ 916 milhões para manter a frota.
Os prejuízos financeiros não se resumem somente ao valor dos veículos. Ainda de acordo com a NTU, o custo de passageiros não transportados nos últimos 14 anos no País é de R$ 4,2 milhões. Em termos de horas não trabalhadas, esse valor aumenta quase 20 vezes, atingindo a R$ 82,2 milhões.
Para o primeiro semestre deste ano, a associação estima um prejuízo de R$ 270 mil de usuários não transportados e R$ 5,2 milhões por horas não trabalhadas.