Ceará é o quarto estado onde mais morrem policiais em atividade. Em 2017, 26 policiais civis e militares morreram no estado em ação contra o crime. Os estados que lideram o ranking negativo de violência são Rio de Janeiro (com 119 assassinatos de policiais em 2017), São Paulo (60 mortes) e Pará (29).

Os dados são do Monitor da Violência, levantamento exclusivo do G1 com informações de todos os estados.

selo_mortes_policiais (Foto: Roberta Jaworski/G1)

selo_mortes_policiais (Foto: Roberta Jaworski/G1)

Um caso que repercutiu em todo o estado foi o assassinato de Edvaldo José Santana Flexa, de 42 anos, sargento que atuava na Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas há 22 anos. Ele foi morto em uma tentativa de assalto no Bairro Guararapes, em Fortaleza.

“Ele sempre teve esse contato com a criminalidade, mas com ele era diferente, não era diretamente. Geralmente ele era acionado para alguma ocorrência. O que ele fazia muito era ronda aérea nesses bairros mais perigosos e aeromédicos, transportar doentes de outros municípios, resgate de afogamentos… Ele também era enfermeiro, então estava na área certa”, conta a viúva do sargento, Silvana Flexa.

Vídeo mostra tentativa de assalto que terminou na morte do sargento da Polícia Militar Edvaldo Flexa

Vídeo mostra tentativa de assalto que terminou na morte do sargento da Polícia Militar Edvaldo Flexa

Silvana conta que familiares dos policiais vítimas da violência no Ceará têm dificuldade em receber a pensão integral do estado. Em alguns casos, a viúva aguarda há anos. Ela afirma ainda que não recebe assistência do Estado.

“Nunca ninguém me procurou pra nada. Nem pra saber como a gente estava, se estava precisando de alguma coisa. Pelo contrário, se fosse pra esperar por todo o trâmite da pensão, eu teria passado dificuldades. Levei mais de cinco meses pra conseguir começar a receber a pensão. Eu trabalho e tenho duas filhas. Uma tem 24 anos, mas a outra ainda tem 12 anos e é autista. Se eu não trabalhasse, como eu ia sustentar uma casa, sem ajuda, sem nada?”

Outro caso é a morte do soldado Arlindo da Silva Vieira, assassinado em janeiro, no Bairro Henrique Jorge. Segundo a polícia, a vítima tentou evitar um assalto a uma padaria e acabou sendo atingido na cabeça. N mesmo mês um grupo de amigos começou uma campanha nas redes sociais para ajudar a viúva e a filha do casal, de pouco mais de um ano de idade.

Mortos por policiais

selo_monitor_mapa (Foto: Roberta Jaworski/G1)selo_monitor_mapa (Foto: Roberta Jaworski/G1)

selo_monitor_mapa (Foto: Roberta Jaworski/G1)

O Monitor da Violência do G1 mostra também que 161 pessoas foram mortas por policiais no Ceará em 2017. O índice é 1,8 morte para cada 100 mil habitantes. A média do Brasil é de 2,4 mortes por grupo de 100 mil habitantes.

As mortes de pessoas por ação policial não são registradas nas estatísticas oficiais de homicídio no Ceará, divulgadas mensalmente pela Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social.

Em uma dessas ações, uma inspetora da Polícia Civil reagiu a uma tentativa de assalto e atirou contra o suspeito no Bairro Guararapes, em Fortaleza, em junho do ano passado.

Ele estava sobre uma motocicleta roubada quando anunciou assalto, portando uma arma falsa. Nesse momento, a inspetora reagiu, disparando a própria arma. Ela se apresentou em seguida no 2º Distrito Policial, no Bairro Aldeota.

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