O delegado Romério Moreira de Almeida, afastado da função por 60 dias por suspeitas de corrupção, foi hospitalizado nesta quinta-feira (26), após ter sido encontrado baleado em sua residência. O agente foi levado para uma clínica particular e depois transferido para o Hospital Instituto Doutor José Frota (IJF), no Centro, onde está internado.
A Polícia Civil do Ceará informou, em nota, que o delegado tem duas lesões por arma de fogo. O órgão comunicou que as circunstâncias do ocorrido estão sendo investigadas. O estado de saúde do agente ainda não foi divulgado.
Um profissional do IJF ouvido pelo G1 disse que o delegado será submetido a exames médicos detalhados e deverá passar por cirurgia. O estado de saúde do policial é considerado estável, segundo a fonte do G1.
Conforme o Ministério Público do Ceará (MPCE), o delegado está sendo investigado por envolvimento em um susposto esquema de corrupção envolvendo também um advogado e um presidiário. Segundo o órgão, o delegado aparece em interceptações telefônicas, autorizadas pela Justiça, negociando a liberação de um carro apreendido pelo 34º DP.
Esse veículo foi apreendido durante uma operação policial e levado para a delegacia. No entanto, o delegado não registrou o boletim de ocorrência do caso, segundo o coordenador do MPCE. Depois do ocorrido, o agente de segurança teria negociado a liberação irregular do automóvel com o advogado e com o preso, inclusive com o ajuste prévio de valores.
O adgovado Leandro Vasques, responsável pela defesa do delegado, afirmou que já sabia sobre a tramitação do processo junto ao Ministério Público. Vasques afirmou que não existe a participação do agente em nenhum esquema e comentou que irá colocar o sigilo bancário à disposição para provar que Romério Almeida não recebeu nenhum repasse ilícito.
Quebra de sigilo
Nesta quinta-feira, o Ministério Público, por meio do Núcleo de Investigação Criminal (NUINC), informou que vai solicitar à Justiça o levantamento do sigilo do processo que apura indícios de corrupção no 34° DP. Entre o material que pode ser autorizado para divulgação estão os áudios das interceptações telefônicas entre os suspeitos.
Durante a Operação, nomeada de “Renault 34”, o MPCE e a Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário do Estado (CGD), cumpriu mandados de busca e apreensão na casa e no gabinete do delegado, como também na residência e no escritório do advogad e na cela do detento.
A CGD realizou uma correição no 34 Distrito Policial para analisar documentos e procedimentos da delegacia, no intuito de verificar indícios de crimes.
Nordeste Notícia
Fonte: G1