Moradora do Passaré, a supervisora de merchandising Débora Melo, 36, instalou em um dos cômodos da casa um multi-inseticida automático. O aparelho dispara, a cada 15 minutos, a substância tóxica que garante alguma tranquilidade para ela e a filha Maitê, de 8 anos. “Moramos ao lado de terreno com mata, nessa época do ano com chuva, tem tanta muriçoca que a gente não consegue nem parar para assistir televisão”, conta.
A muriçoca ou pernilongo tem uma “vantagem” evolutiva comparada ao mosquito Aedes aegypti: não precisa de água limpa para depositar os ovos. Água de esgoto, de lagoas e até poças de lama são criadouros para o inseto. “O Aedes coloca os ovos nas bordas dos depósitos com água e a muriçoca coloca já dentro desses locais. Com o aumento das chuvas, expande a quantidade de oferta de água e, por isso, tem muito mais pernilongos”, informa o professor do curso de Medicina da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Eddie Santana.
Para evitar que muriçocas piquem a filha de 1 ano e 10 meses, Mardônio Oliveira, 37, usa duas estratégias: repelente e raquete elétrica. “Minha filha tem alergia grave, fica toda empolada”, conta. Na pequena, uma picada de muriçoca representa muito inchaço e coceira. O criadouro dos insetos é um terreno baldio bem próximo à residência da família. “As pessoas jogam lixo, a Prefeitura limpa, mas não tem jeito”, descreve.
DICAS
PROTEJA-SE DOS INSETOS
Evitar água parada;
Cobrir com terra os pratos dos vasos de plantas;
Remover a bacia que acumula água atrás da geladeira;
Usar repelentes e reaplicá-los, no máximo três vezes por dia em crianças de até dois anos, ou de acordo com orientação médica;
Espalhar pela casa cascas de laranja com cravo da índia espetados nelas;
Em um locais de grande infestação, dormir envolto por um mosqueteiro;
Telar portas e janelas.